O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou que o governo estuda excluir as usinas eólicas dos leilões de energia nova A-5, que têm como objetivo contratar a demanda do mercado cativo com cinco anos de antecedência. " Estamos caminhando para não ter eólica no A-5, deixando o leilão para as termelétricas e as hidrelétricas", afirmou o executivo, que participa de evento sobre energia eólica na sede de Furnas.
Segundo o executivo, a concepção do modelo do setor elétrico já previa que os leilões mais adequados para as eólicas seriam o do tipo A-3 (três anos de antecedência), que são mais compatíveis com o prazo de construção de uma usina eólica. "O A-5 foi concebido para as grandes hidrelétricas e para as térmicas com um prazo de construção mais longo", afirmou.
Nos últimos anos, a EPE tem permitido a participação das usinas eólicas nos leilões A-5 por falta de projetos hidrelétricos e térmicos aptos a disputar as licitações. "Agora, temos que balancear a expansão da matriz energética. Não adianta contratar apenas usinas eólicas", afirmou Tolmasquim, em referência ao recente sucesso da fonte nos últimos leilões, quando desbancou as fontes térmicas nas disputas, inclusive as usinas a gás natural.
Esse cenário de diversificação da matriz ganhou ainda mais força após a exclusão das térmicas da Bertin, que haviam sido contratadas nos leilões de 2008, mas que não saíram do papel. "Essas eram usinas que estávamos contando", afirmou. Para o leilão A-5 deste ano, a previsão da EPE é de que projetos térmicos tenham uma participação relevante. As usinas a gás, por causa do custo do combustível, dificilmente devem comparecer no certame com um grande número de projetos.
Para 2013, a expectativa da EPE é de realizar de um a dois leilões A-5. De acordo com Tolmasquim, a intenção é realizar o A-5 de 2013 entre agosto e setembro deste ano, ofertando ao mercado as hidrelétricas Sinop e São Manoel. Dessas duas, apenas Sinop, no Rio Teles Pires (MT), já possui a licença ambiental prévia que permite a qualificação no certame. Caso São Manoel não consiga equacionar a questão ambiental a tempo, a expectativa é de que seja realizado um outro leilão A-5 para licitar essa usina.
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