O governo montou uma verdadeira operação de guerra para garantir o sucesso do primeiro leilão do pré-sal no campo de Libra, na Bacia de Santos, que acontece a partir das 14 horas desta segunda-feira (21), no Hotel Windsor Barra, na orla da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Ao todo, 1.100 homens trabalharão na segurança - entre Exército, Força Nacional, as políticas Federal, Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal. Na madrugada de domingo (20), 40 policiais das tropas do Exército já haviam se posicionado no local. No domingo, a Advocacia Geral da União (AGU) informou que já havia subido para 18 o número de decisões da Justiça favoráveis à realização do leilão. Outras cinco ainda estavam sendo analisadas. Com todo o aparato policial para o primeiro leilão do pré-sal sob as novas regras do modelo de partilha, as manifestações dos petroleiros, em greve há quatro dias, devem se restringir ao Congresso Nacional, informa o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antonio Moraes. Segundo ele, um grupo de trabalhadores já está acampado desde ontem no local. Reforço No sábado, diante dos protestos, o ministro das Minas e Energia Edison Lobão declarou que o leilão será realizado hoje, mesmo que seja para um só consórcio. “Não sabemos dizer quantos consórcios vão participar desse leilão. Isso importa pouco. O importante é que haja participante, um ou mais de um. De qualquer maneira ocorrerá o leilão”, disse Lobão, que considerou positiva a vinda de empresas estrangeiras para o país. Ele destacou que, somente com o Campo de Libra, o Brasil distribuirá R$ 279 bilhões para a saúde e a educação ao longo de 35 anos. Outros R$ 370 bilhões serão apropriados pela União. “O fato é que são recursos monumentais que serão destinados à educação e à saúde”, disse. O ministro observou que, em sete anos, o Brasil espera estar exportando 2 milhões de barris de petróleo por dia. Neste domingo à tarde, Lobão foi ao local do leilão. Recebido na porta do hotel pela diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo, Magda Chambriard, ele disse que mesmo se houver apenas um consórcio na disputa pela área a licitação será considerada um sucesso pelo governo. Porém, não descartou a possibilidade de mais um consórcio se apresentar. Questionado se a indústria brasileira tem capacidade para atender as regras de conteúdo local impostas no leilão, garantiu que o setor não perdeu o ritmo por conta da ausência de rodadas de licitação de petróleo e gás nos últimos anos. “A indústria brasileira está preparada”, afirmou.