(Veredas das Gerais/Divulgação)
A busca por lotes ou casas de campo disparou durante a pandemia e deve continuar crescendo, no mínimo, até 2022. Segundo pesquisa da Datastore, empresa especializada em sondagens de opinião para o setor imobiliário, nada menos que 1,32 milhão de famílias brasileiras com renda superior a R$ 2 mil têm a intenção de adquirir propriedades do tipo nos próximos 12 meses. O número é 66% superior ao apontado ainda no ano passado.
Na capital mineira, o levantamento também aponta escalada em negócios do tipo. Conforme o CEO e fundador da Datastore, Marcus Araujo, apenas no eixo Norte da região metropolitana, de um total de 107 mil famílias com renda acima de R$ 2 mil e habitantes de aglomerações urbanas, cerca de 27 mil (25%) afirmaram intenção de mudar-se para áreas rurais, como é o caso de inúmeros condomínios naquela região.
Já no Sul e Centro-Sul da Grande BH, o que compreende Nova Lima, por exemplo, quase 13 mil famílias de maior poder aquisitivo – renda de R$ 13 mil a R$ 16 mil – pretendem fazer o mesmo, em médio prazo (12 meses). “Pessoas capitalizadas estão buscando locais com menos aglomerações e mais contato com a natureza, mas com fácil acesso à internet, onde possam manter suas atividades profissionais a distância", explica Marcus Araujo.
Mudança
Para o vice-presidente da Câmara do Mercado Imobiliário (CMI-MG) e da Associação dos Empresas Loteadoras e Urbanizadoras de Minas (Aelo-MG), Adriano Manetta, a alta procura por terrenos para construir ou mesmo casas prontas em condomínios é fruto da pandemia, sem dúvida, mas veio para ficar.
“Na nossa percepção, mais que uma tendência de momento, por causa do confinamento e home office impostos pela Covid-19, isso tornou-se uma mudança brusca de cultural que tende a se manter”, afirma ele. “O pensamento de dar menos valor à moradia, que vinha predominando, foi substituído por outro no qual as pessoas de diversas faixas de renda querem investir mais nas suas casas”, acrescenta.
Adriano lembra que o mercado de lotes em condomínios, retraído antes da pandemia e agora em disparada, deve enfrentar novo problema, nos próximos meses: a escassez de ofertas. “Acumulamos estoque por um longo período, mas, hoje, esse estoque praticamente se esgotou. Os lançamentos também são poucos e os preços, que já subiram de 50% a 120% em alguns casos, em relação a antes da pandemia, tendem a aumentar ainda mais”, diz.
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