O governo federal se movimenta para tornar viável a construção de uma fábrica de trilhos no Brasil. A planta deve ficar em Minas Gerais ou Rio de Janeiro, caso o plano do Planalto tenha sucesso.
No ano passado, o governo lançou um plano de concessão ferroviária que prevê investimentos de R$ 91 bilhões, sendo R$ 56 bilhões até 2017, na malha ferroviária nacional.
Para incentivar as compras internas, a União decidiu posteriormente que 75% dos trilhos usados na construção dos 10 mil quilômetros de ferrovias previstos no plano serão adquiridos no mercado doméstico. A cota abre espaço para a construção de uma fábrica. CSN, Gerdau e Vale possuem projetos nesse sentido.
A imposição de compra de trilhos “made in Brazil” foi confirmada pelo presidente da Empresa de Planejamento Logístico (EPL), Bernardo Figueiredo.
A falta de escala, porém, ainda é o temor dos investidores, o que pode forçar o governo a rever a meta.
A fabricação de trilhos no país foi paralisada em 1996, quando a CSN interrompeu sua produção em Volta Redonda por falta de demanda. A assessoria de imprensa da companhia informou que não existe nenhum investimento previsto para a produção de trilhos, mas que mantém o mercado monitorado para oportunidades.
A Gerdau, que teria condições de adaptar equipamentos na usina da Açominas, em Ouro Branco, informou, em nota, que “a possibilidade de produzir trilhos no Brasil continua em fase de estudos e até o momento não há nenhuma definição”.
No caso da Vale, a fábrica de trilhos em Governador Valadares, na região do Rio Doce, nunca foi admitida pela empresa. No entanto, em diversas oportunidades, representantes do Executivo mineiro comentaram sobre o empreendimento, que teria capacidade de 500 mil toneladas anuais de trilhos. Parte da produção seria consumida pela própria empresa. Em nota, a Vale informou que não há previsão de nenhuma unidade de trilhos no plano atual da companhia para aportes no setor siderúrgico.
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