A indústria de cartões encerrou o ano de 2012 com faturamento de R$ 724,3 bilhões, crescimento de 18% ante 2011, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Os cartões de débito tiveram expansão de 20,6%, totalizando R$ 244,8 bilhões, na mesma base de comparação. O volume dos plásticos de crédito foi maior, de R$ 479,5 bilhões, aumento de 16,6%. O crescimento de 18% em 2012 veio abaixo da expectativa anteriormente divulgada da associação, que era expansão de 21%.
As transações feitas no ano passado totalizam 8,1 bilhões, com alta de 11,5% nos cartões de crédito e 16,7% nos plásticos de débito, com volumes de 4 bilhões e 4,1 bilhões, nessa ordem. A participação dos cartões no consumo das famílias brasileiras foi de 26,4% ante 24,6% em 2011 e 16,7% em 2007. "Temos um crescimento importante. Se compararmos com o mercado dos EUA, no qual esta fatia está em cerca de 45%, identificamos uma expectativa excepcional de crescimento para o mercado brasileiro de cartões", avaliou Marcelo Noronha, diretor presidente da Abecs, que é também diretor-executivo da Bradesco Cartões.
Segundo ele, o segmento vai crescer "substancialmente" nos próximos dez anos. Noronha também explicou que nos dados de 2012 a Abecs optou por excluir os números dos cartões private label (de lojas) e que a associação trabalha com as bandeiras de cartões mais tradicionais. "Isso explica em parte o fato de a indústria de cartões ter crescido abaixo da projeção anteriormente divulgada."
Projeções para 2013
Para este ano a projeção é que o setor tenha uma expansão de 16,9%, totalizando um faturamento de R$ 847 bilhões. "É um crescimento substancial em cima da base anterior e muito importante", avaliou Noronha.
Os plásticos de débito devem manter, conforme a Abecs, um crescimento mais acentuado, de 19,3% ao longo deste ano. Se a expectativa se confirmar, o volume transacionado nesses cartões deve atingir R$ 292 bilhões em 2013. Já os cartões de crédito devem avançar 15,7%, com faturamento de R$ 555 bilhões. "O crescimento maior do débito do que o crédito é uma tendência mundial", disse Noronha.
No Brasil, o crescimento maior do débito também é explicado pelo processo de bancarização. Segundo Noronha, as projeções para 2013 já consideram a exclusão dos cartões private Label e a combinação das bandeiras mais tradicionais. Segundo ele, o objetivo da Abecs com as mudanças foi o de divulgar números mais precisos do mercado de cartões.
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