FecomercioSP: índice de estoques é o menor desde 2011

Gabriela Lara
20/02/2014 às 11:33.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:09

O Índice de Estoques apurado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) caiu para 109,5 pontos em fevereiro, resultado mais baixo da série histórica, que começou em junho de 2011. De acordo com a Federação, o número aponta piora expressiva na percepção dos varejistas com relação ao nível de estocagem de suas empresas. O indicador é divulgado em primeira mão pelo Broadcast, serviço de informações da Agência Estado, todo dia 20 de cada mês.

Conforme a metodologia adotada pela FecomercioSP, a escala do Índice de Estoques varia de 0 a 200 pontos - 0 representa insatisfação total com o volume de mercadorias em estoque e 200, satisfação total.

O indicador recuou 10% em relação a janeiro, quando ficou em 121,7 pontos. Ao considerar o dado de fevereiro de 2013, de 115,1 pontos, a queda foi de 4,9%. "As duas bases de comparação, mensal e anual, confirmam a mesma trajetória de aumento da insatisfação com os estoques", explica o assessor econômico da FecomercioSP, Fábio Pina.

A pesquisa mostra que em fevereiro 53,6% dos empresários disseram acreditar que seu nível de estoques era adequado às perspectivas de curto prazo, enquanto 27,6% informaram "inadequação acima", ou seja, excesso de mercadorias, e 16,8% reportaram "inadequação abaixo", o que significa estoques menores do que suas necessidades. Apenas 2% não souberam responder.

Segundo Pina, a diferença de 10,8 pontos porcentuais entre "inadequação acima" e "inadequação abaixo" reforça a hipótese de que neste começo de ano as vendas do comércio estão mais fracas do que o previsto na Região Metropolitana de São Paulo.

Ele diz que 2014 tem um calendário problemático que os empresários talvez não tenham levado em conta ao compor estoques no final de 2013. "Além de fevereiro contar com menos dias úteis, o carnaval ficou para março. Isso é bom para o litoral, mas ruim para o comércio na Região Metropolitana, região que é contemplada pelo levantamento", afirma. "Isso pode explicar um pouco o resultado ruim do Índice de Estoques em fevereiro."

Pina não espera uma melhora deste cenário no mês de março. "De maneira geral, o primeiro trimestre tem tudo para ser ruim para o varejo. Há uma conjunção de variáveis negativas", diz. Além do calendário atípico, ele cita como fatores agravantes o pessimismo interno sobre a economia, tanto por parte de consumidores como de empresários, e o pessimismo externo em relação ao Brasil. "Acho que em março o índice vai ficar muito próximo do que está agora", afirma.

Tipos de empresa

O economista chamou a atenção para a deterioração da percepção sobre as condições de estocagem entre as empresas de grande porte. Ao abrir os números levantados pela pesquisa, verifica-se que entre janeiro e fevereiro o Índice de Estoques caiu 9% para as empresas com até 50 funcionários e 30% para aquelas com mais de 50 trabalhadores. No geral, o recuo foi de 9% na margem, passando de 121,7 pontos para 109,5 pontos.

"O resultado destas empresas maiores está mais sujeito a volatilidade porque elas estão em quantidade menor no universo da pesquisa. Mas estas empresas também são as que deveriam ter mais controle sobre os estoques. Então, esse resultado pode ser considerado um agravante, um mau sinal", afirma Pina.

O Índice de Estoques é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários do comércio da Região Metropolitana de São Paulo.
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