Fed envia sinais mais claros sobre redução de estímulo

Stefânia Akel
09/12/2013 às 18:54.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:40

Os três dirigentes do Federal Reserve que discursaram hoje deixaram a porta ainda mais aberta para uma redução de estímulos monetários na reunião deste mês. Todos eles se mostraram favoráveis a uma ação do banco central americano, ainda que pequena, na próxima reunião, nos dias 17 e 18.

A principal surpresa veio no discurso do presidente do Fed de Saint Louis, James Bullard, conhecidamente 'dovish' - mais preocupado com o desemprego do que com a inflação. Ele, que sempre defendeu o programa de compras de ativos do Fed, disse que reduzir estímulos em dezembro seria uma forma de reconhecer a melhora no mercado de trabalho. Ao ser questionado sobre a inflação baixa, ele respondeu que, se ela não se aproximar da meta do banco central, a redução de estímulos poderia ser interrompida.

O dirigente se mostrou favorável a uma pequena redução nas compras de ativos, dividida igualmente entre Treasuries e títulos lastreados a hipotecas (MBS, na sigla em inglês). Bullard é o único entre os que discursaram hoje que votará na última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) deste ano. Em 2014, porém, ele perde o poder de voto.

Já o presidente do Fed de Richmond, Jeffrey Lacker, disse esperar uma discussão sobre a redução de estímulos na reunião de dezembro. Diferentemente de Bullard, ele sempre foi crítico em relação ao programa de compras de bônus e hoje ele reiterou sua oposição, destacando os benefícios limitados do programa. Lacker, porém, não vota no Fomc este ano ou em 2014.

O último a falar foi o presidente do Fed de Dallas, Richard Fisher, que foi ainda mais enfático que seus colegas. Para o dirigente, a hora de reduzir as compras de ativos "é agora", mas ele reconheceu que as taxas de juros terão que permanecer baixas por algum tempo. Ele defendeu que o Fed apresente um cronograma com as sucessivas reduções de compras indicando quando seria o fim do programa. Essa ideia já foi apresentada por outros membros do Fomc, mas ainda enfrenta a oposição de alguns dirigentes, como Bullard. Fisher é conhecidamente um dos membros mais 'hawkish' do Fomc e em 2014 ele ganhará poder de voto.

Essa foi a última chance de Wall Street ouvir os dirigentes do Fed falarem em público antes da reunião deste mês. Nesta terça-feira, eles começam um período de silêncio que só acaba após o encontro.

Os economistas estão divididos sobre quando deve ocorrer a mudança na política monetária, sobretudo após o relatório de emprego na última sexta-feira. O documento mostrou a criação de 203 mil vagas em novembro, superando as previsões.
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