Festival Internacional de Robótica apresenta novas tecnologias contra catástrofes

Bruno Moreno - Hoje em Dia
03/09/2014 às 08:23.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:03
 (Ricardo Bastos)

(Ricardo Bastos)

Reproduzir uma catástrofe natural, um acidente de helicóptero e, depois, resgatar as pessoas, salvar casas e superar obstáculos. Esse poderia ser o cenário do mundo de imaginação de crianças em uma brincadeira, mas faz parte de um dos principais projetos de desenvolvimento de talentos na área de novas tecnologias. As simulações fazem parte do desafio do Festival Internacional de Robótica, que será realizada nesta quarta-feira (03), das 13h às 17h, e nesta quinta (10h às 17h), no Expominas.   São 210 estudantes, de 9 a 15 anos, representando 23 equipes, disputarão a competição. Também foram convidados representantes de outros países, como Chile, Estados Unidos, Estônia, Canadá e Áustria.   Nas mesas onde eles têm que cumprir os desafios estão imóveis, veículos e personagens construídos com peças do brinquedo Lego. Para cumprir as metas, cada equipe montou seu robô, também feito de Lego.   Mas o trabalho não é apenas reunir os blocos de plástico. É, também, fundamental programar as funções dos robôs, avaliar as distâncias a serem percorridas, os ângulos de ataque, o tempo, o tamanho das rodas, a distância entre eixos, etc.   Por isso, todo o conteúdo é interdisciplinar, e os resultados também. “O trabalho com robótica desperta para a vontade de estudar, para a investigação científica. E percebemos que isso não acontece só com as matérias que estão diretamente relacionadas, como física, matemática, informática, mas também nas outras do currículo escolar”, afirma o professor de física da escola do Sesi em Cachoeira do Itapemirim, no Espírito Santo, Searom Moraes, 33 anos.   Junto ao professor de informática Valderedo Sedano Fontana, 28 anos, ele acompanha os sete alunos que formam a equipe Avalon.     Visão de futuro   Inspirados na lenda do rei Artur, todos se vestiram com mantos e coroas. O estudante Thiago Machado, 15 anos, já até pensa em propostas que podem ser oferecidas à indústria.   “Podemos usar o que estamos desenvolvendo com os robôs, feitos de lego, para vender uma nova tecnologia de beneficiamento de granito e mármores, já que na nossa cidade existem várias empresas que trabalham com isso”, revela.   A equipe começou a ser formada no ano passado, e eles também já pensam em outra ideia que pode servir à população.   “Estamos trabalhando em um sensor que vai avisar quando a água do rio que corta nossa cidade começar a subir. Há muitas lojas na beira do rio, e quando há enchente o prejuízo é muito grande”, explica Eduardo Machado Destefane, 15 anos.   A disputa de robótica é um dos eventos da Olimpíadas do Conhecimento, realizada no Expominas. A entrada é gratuita.     Atividades desenvolvem interesse pelas Ciências   Despertar os novos talentos e o interesse dos alunos pelas Ciências Exatas é um dos maiores desafios do Festival Internacional de Robótica e, ao que parece, esse objetivo já está sendo alcançado. Alunos da escola Sesi Paraná, em Cianorte, Suelen Bittencourt e Carlos Silva, ambos com 15 anos, já sabem que querem seguir a carreira de engenharia, com muita tecnologia aplicada.   Eles fazem parte da equipe 7th Connection, que disputa nesta quarta e quinta-feira o festival de robótica. “É uma proposta diferente de aprendizado. Nós colocamos em prática o que aprendemos na teoria, de uma forma lúdica”, revela Suelen.   Os dois, quando crianças, brincavam de Lego, e dar esse passo mais adiante, com a utilização de robôs feitos a partir das peças de plástico foi a continuidade de um momento de diversão que tinham na infância. “Mas, fundamental mesmo, é muito treino e força de vontade”, revela Carlos.   O gerente executivo de Educação do Sesi Nacional, Henrique Santos, revela é uma estratégia para se estimular a ciência e tecnologia, de forma lúdica.      Valores   Mas o desafio não é apenas cumprir as tarefas estabelecidas e programas o robô. Um dos requisitos para o grupo é também a participação de toda a equipe em todos os processos, desde o desenvolvimento do tema, a pesquisa, passando pelo robô e pela disputa no palco.   Cada equipe tem três chances para cumprir as missões, em 2 minutos e meio. No final, vale a tentativa que tiver o melhor desempenho, que inclui o cumprimento do tempo e de todas as tarefas.

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