O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor - Semanal Brasil (IPC-S Brasil), Paulo Picchetti, revisou nesta quinta-feira sua projeção de inflação para 2012 de 5,2% para 5,4%. Segundo ele, a revisão para cima se deve à trajetória de inflação este ano, que permanece consistentemente alta. Ele lembra que, no período de junho e julho de 2011, houve até deflação mensal, e que em 2010 houve também registro de deflação nos meses de junho, julho e agosto, o que não ocorreu em 2012.
"Este ano, como teve o comportamento volátil dos alimentos, eu esperava que fosse ocorrer uma devolução até o final do ano. Isso está até ocorrendo, mas muito devagar", afirmou Picchetti. Ele citou como exemplo o preço do tomate, que encabeçou a lista das maiores altas em outubro, mas está longe de reverter o aumento acumulado no ano. Este produto in natura caiu 16,4% em outubro, mas ainda acumula uma elevação de 32,4% de janeiro a outubro deste ano. Picchetti citou ainda a cebola, com alta acumulada de 59,02% e o feijão, de 28,74%. São todos produtos de peso na composição da cesta do consumidor e não tendem a reverter a alta até o final do ano.
Picchetti também afirmou que neste ano está havendo um aumento generalizado de preços na estrutura do IPC-S Brasil. Ele ressalta que, normalmente, há uma concentração de alta em alguns segmentos, como educação, por exemplo, que sobe sazonalmente no começo do ano, mas depois devolve a alta registrada. Mas, neste ano, a inflação permanece resistente e com os movimentos de alta atingindo a maioria dos itens, afirmou.
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