Fiesp e Firjan criticam negociações de cortes entre CNI e governo

Bruno Porto - Hoje em Dia
03/10/2015 às 08:25.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:55

As negociações em âmbito federal em torno do corte de repasses da União para o Sistema S dividiu as principais entidades Representativas da indústria do Brasil. De um lado as federações das indústrias de São Paulo e Rio de Janeiro (Fiesp e Firjan) e, de outro, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Fiemg, de Minas Gerais.

Sistema S é o conjunto de organizações das entidades corporativas voltadas para o treinamento profissional, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência técnica, como Sesi, Senai, Senac, Sebrae, entre outras.

Na sexta (2), a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) publicou um comunicado com críticas diretas ao presidente da CNI, Robson Andrade. “A Fiesp vê com extrema preocupação os movimentos do presidente da CNI, Robson Andrade, para aceitar supostos acordos com o governo em que o Sesi e o Senai abririam mão de recursos que custeiam seus importantes serviços”, diz a nota.

Robson estaria negociando para que o empresariado assuma alguns encargos do governo até o valor de R$ 5 bilhões, como o Pronatec. Seria uma tentativa de impedir a edição de uma Medida Provisória (MP) que corta 30% dos repasses da União ao Sistema S. Paulo Skaf, presidente da Fiesp, é contrário a esse acordo e vai trabalhar para que a MP seja derrubada quando chegar para apreciação do Congresso Nacional.

“O Sesi e o Senai são reconhecidos por sua eficiência e pelo ensino de qualidade que prestam a milhões de alunos de todo o país. Se concordarmos com essas iniciativas, estaremos sacrificando os melhores investimentos. Os investimentos nas pessoas. Repudiamos, portanto, supostos acordos e esperamos o apoio dos companheiros das federações da indústria, do comércio, do transporte e da agricultura de todo o país para manter a integridade dos importantes serviços que o Sistema S presta ao Brasil”, diz a nota da Fiesp.

Robson Andrade disse que a CNI manterá sua posição de negociar com o governo. “A CNA (Confederação Nacional da Agricultura), a CNT (Confederação Nacional dos Transportes negociam com o governo. Por que a CNI ficaria de fora? A Fiesp pode ter ideias diferentes, mas a CNI mantém sua postura”, disse.

A Fiemg informou que está alinhada com o pensamento da CNI.

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