Firmas juniores: acadêmico vira gestor e conquista o mercado

Izabela Ventura - Hoje em Dia
23/05/2014 às 08:41.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:42
 (André Brant/Hoje em Dia)

(André Brant/Hoje em Dia)

Qualidade sênior por um preço júnior. Essa é a premissa das empresas juniores, firmas geridas e comandadas por universitários em ambiente acadêmico, mas que funcionam de verdade. Cada vez mais fortes nas faculdades brasileiras, elas preparam os alunos para o mercado de trabalho e aumentam as chances de uma carreira de sucesso.


Segundo a Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior), o Brasil tem o maior número dessas empresas no mundo. Em 2011, foram registradas cerca de 1.200 firmas assim em operação, sendo 90% dos clientes formados por micro e pequenos empresários.


E esses são os principais clientes da UFMG Consultoria Jr. (UCJ), da Universidade Federal de Minas Gerais, que mantém outras 14 firmas juniores. A UCJ, mais forte delas, tem 43 alunos dos cursos da Faculdade de Ciências Econômicas e atende a dez clientes, que vão de investidores individuais a companhias com faturamento milionário.


Na instituição sem fins lucrativos, os futuros empreendedores desenvolvem projetos de negócios voltados para a área de gestão a um custo muito abaixo do mercado – cerca de 10% dos valores praticados. Tal faturamento cobre os gastos da empresa e a sobra de caixa garante investimentos em capacitação para os membros e viagens para participar de eventos de negócios.


“Nas empresas juniores temos a oportunidade de ascender mais rápido no ambiente corporativo do que em estágios convencionais. Desenvolvemos ainda competências de trabalho em equipe, liderança, proatividade e análise crítica”, ressalta Rafael Alves, de 20 anos. Aluno do 3º período de economia, ele é vice-presidente da UCJ e assumirá a presidência mês que vem.


Aluna do 7º período de engenharia de produção pela Faculdade IBS/FGV, a diretora comercial da IBS Consultoria Júnior, Anna Cristina Rezende, já colhe os frutos do empenho na firma experimental. Além de incrementar o currículo e ter aumentado a rede de contatos profissionais, ela conseguiu um estágio no setor de qualidade da Vale.


Iniciativa aumenta oportunidade de emprego


Alunos que participam de empresas juniores têm mais chances de sucesso no mercado de trabalho. Isso acontece porque são vistos como empreendedores pelos profissionais com potencial para contratá-los, diz Ewerson Moraes, coordenador-geral dos cursos da Faculdade IBS/FGV.


Ele foi presidente da segunda equipe de consultoria júnior de Belo Horizonte, em 1992, na PUC Minas, e credita à experiência na firma o fato de ter sido contratado para vários projetos quando ainda era um recém-formado em ciências contábeis.


“Os gestores veem esses alunos como pessoas ousadas e que entendem as necessidades de uma empresa”.


Para o vice-presidente da UFMG Consultoria Jr. (UCJ), Rafael Alves, a experiência impulsiona planos ambiciosos. No fim deste ano, quer um estágio numa grande empresa ou abrir a própria firma de consultoria financeira.
 

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