Fishlow sugere mais poupança e menos gasto social

Vinicius Neder
20/02/2013 às 23:39.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:12

O Brasil precisa se concentrar em expandir o investimento para avançar de forma sustentada. A afirmação foi feita nesta quarta-feira pelo economista Albert Fishlow, professor emérito da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. Para obter êxito, é preciso que o País aumente a poupança, sobretudo a pública, com o Estado gastando menos com as áreas sociais e a Previdência.

"O governo sempre prevê no futuro um aumento (da taxa de investimento como proporção do Produto Interno Bruto) que não acontece", afirmou Fishlow, ex-diretor do Centro de Estudos do Brasil de Columbia e ex-diretor do Instituto de Estudos Latino-americanos de Columbia, em palestra promovida pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) no Rio.

Segundo ele, embora a economia brasileira tenha melhorado nos últimos 15 ou 20 anos, é difícil imaginar que o Brasil tenha mantido a taxa de investimento abaixo de 20% do PIB na última década. Na opinião dele, seria preciso elevá-la para cerca de 25%. Fishlow também defendeu maior investimento público, mas disse que a medida é minada pelos gastos com Previdência.

"O Brasil tem um setor social grande, na comparação com os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Vale notar que o Brasil fica na média dos países desenvolvidos. E aqui se tem gastos para previdência na ordem de 12% (do PIB)", afirmou Fishlow, responsabilizando o aumento do salário mínimo, "de cerca de 55% nos governos do PT", pela elevação dos gastos.

Mercosul

Para Fishlow, o Mercosul não vale mais a pena para o Brasil e defendeu que o País ajuste sua política comercial e direcione os acordos para outros países da América do Sul e para o México. "Não vejo o Mercosul mais como algo vantajoso para o Brasil."

O economista destacou as disputas com a Argentina como um dos problemas do bloco comercial do cone sul. "Sempre há disputas que continuam, ano após ano". Na visão dele, uma das saídas seria voltar-se para o México, atualmente com "possibilidades de crescer mais rápido" e de demandar produtos manufaturados.
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