O Brasil mostrou determinação em usar a política monetária para controlar a inflação alta e soube lidar com a volatilidade recente do mercado financeiro, deixando a taxa de câmbio flutuar. As avaliações foram feitas pelo chefe da Divisão de Estudos Econômicos Globais do Fundo Monetário Internacional (FMI), Thomas Helbling, em conversa com jornalistas nesta terça-feira (8).
O Brasil, avalia Helbling, vem navegando nos últimos dois anos "em um ambiente difícil", com a crise na zona do euro, mudança dos preços internacionais das commodities e ainda tendo que se ajustar internamente à mudança do cenário global.
Um dos principais desafios do País, de acordo com ele, é melhorar a infraestrutura e retirar barreiras que estão impedindo a expansão do investimento privado. Muitas áreas mostram esgotamento e isso precisa ser resolvido, disse aos jornalistas. Helbling frisou que há uma complementaridade entre investimento público e privado e que este último só vai deslanchar quando o setor público fizer seu papel.
Pouco antes, o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, já havia ressaltado a necessidade de reformas estruturais para fazer os países emergentes voltarem a crescer em ritmo mais forte. "Os emergentes enfrentam o desafio duplo de verem o crescimento se desacelerar e uma mudança nas condições financeiras globais", disse em uma coletiva à imprensa.
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