A paralisação de advertência por 24 horas deflagrada por petroleiros nesta segunda-feira atingiu até 80% dos trabalhadores ligados aos sindicatos vinculados à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). A previsão da entidade, ainda preliminar, considera uma taxa de aproximadamente 60% de adesão entre os trabalhadores do regime administrativo e de 80% nas áreas operacionais.
No litoral paulista, a área de comunicação da FNP estima que a adesão tenha alcançado 100%. Em contrapartida, em São José dos Campos, no interior do Estado de São Paulo, o porcentual foi menor, ainda não especificado.
A FNP, assim como a Federação Única dos Petroleiros (FUP), convocou os trabalhadores a aderir ao movimento, que questiona a proposta de pagamento da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) de 2012 apresentada pela Petrobras no fim do ano passado.
O movimento iniciado na tarde de domingo (27) envolve praticamente 100% dos trabalhadores da estatal. A exceção fica por conta do sindicato do Rio Grande do Sul ligado à FUP, cuja mobilização não foi implementada devido à tragédia ocorrida na madrugada de domingo em uma boate em Santa Maria.
A FNP, fundada em 2010, reúne cinco sindicatos, incluindo o litoral paulista, São José dos Campos, Alagoas/Sergipe, operações no Rio de Janeiro, os Estados do Pará, Maranhão, Amapá e operações no Amazonas. Juntos, os sindicatos respondem por 30% a 40% dos funcionários da estatal. Já a FUP é formada por 12 sindicatos, espalhados pelo País, e reúne até 70% dos funcionários da estatal - as entidades divergem sobre a representatividade de cada uma no universo de trabalhadores da Petrobras.
Segundo a FNP, membros dos sindicatos ligados à entidade devem se reunir com a direção nacional do movimento para estabelecer quais as próximas medidas após a parada de advertência por 24 horas. A FUP, por sua vez, pretende fazer uma reunião na quarta-feira (30) para discutir os resultados da paralisação e então decidir os próximos passos. A expectativa das entidades é de que, deflagrado o movimento, a Petrobras apresente uma nova proposta para o pagamento da PLR referente a 2012.
A Petrobras não confirma a taxa de adesão à greve apresentada pelas entidades - a FUP estima que a adesão, excluído o sindicato do RS, tenha ficado acima de 90% nas atividades operacionais e de 60% na área administrativa.
Em nota, a Petrobras destaca que "todas as medidas administrativas e operacionais estão sendo tomadas para garantir a normalidade das atividades, assim como a segurança dos trabalhadores e instalações da empresa". A Petrobras também diz que continua aberta a negociações.
Os trabalhadores protestam contra a proposta da Petrobras, que representaria uma redução de mais de 50% em relação à PLR do ano anterior, segundo os sindicalistas. A estatal, porém, alega que a proposta "adota os mesmos critérios utilizados em anos anteriores para a antecipação, considerando os resultados das empresas do Sistema Petrobras nos três primeiros trimestres de cada ano".
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