O presidente Federico Franco disse que o Paraguai praticamente dá a energia hidroelétrica de presente ao Brasil e à Argentina, algo que não vai mais fazer a partir de agora e que, se seus sócios não gostarem e quiserem castigá-lo por isso, "é bom que o digam".
"Se os governos da Argentina e do Brasil vão castigar o Paraguai, é bom que digam. A energia é nossa, é energia paraguaia", disse nesta sexta-feira o chefe de Estado em uma coletiva de imprensa que convoca a cada 15 dias.
Brasil, Argentina e Uruguai, sócios do Paraguai no Mercosul, não reconhecem o governo de Franco e o excluíram das reuniões do Mercosul desde junho, após considerar ilegal a destituição do ex-presidente Fernando Lugo.
O bloco Unasul fez o mesmo. Contudo, Colômbia e Chile, reconheceram o governo de Franco e seus embaixadores retomaram suas funções em Assunção.
"Enquanto for presidente farei o possível para levar adiante uma política de Estado que comprometa a todos. Há uma lei, uma política de Estado que o próximo governo tem que cumprir que é utilizar a energia", explicou o presidente aos jornalistas.
"O Paraguai se nega a continuar cedendo sua energia. Se lança à consideração dos investidores estrangeiros para atraí-los, seduzi-los com energia previsível, viável, limpa, renovável, ecologicamente correta, com mão de obra barata, baixa pressão tributária e um mercado de cerca de 300 milhões de habitantes" destacou.
Franco foi questionado sobre a ausência dos embaixadores do Brasil e da Argentina no cumprimento tradicional de fim de ano com os membros do corpo diplomático, que aconteceu na quinta-feira.
Ele disse que ambos os países não podem se irritar com o Paraguai se o país prefere usar sua energia das represas de Itaipu (condomínio com Brasil) e Yacyretá, em sociedade com a Argentina.
Franco destacou que a política do Paraguai não mudará com o próximo governo que assumir em agosto de 2013 e que, de qualquer forma, as autoridades da Argentina e do Brasil terão que se relacionar "indefectivelmente" com as autoridades paraguaias.
Segundo o presidente, eles "não têm porque estar irritados se quase damos a energia".