A mineira Kroton Educacional, que tem como marca principal a Pitágoras (colégios e faculdades), informou na última segunda-feira (22) a assinatura de acordo de associação com a Anhanguera Educacional, na maior operação desse tipo já ocorrida no setor de educação do país. Se aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a operação resultará na criação de uma empresa de educação de tamanho sem precedentes no Brasil.
A fusão das empresas é mais um desdobramento do movimento de consolidação do setor educacional brasileiro, em andamento desde os anos 90 e do qual Kroton e Anhanguera são os principais protagonistas. O negócio também é bastante lógico na ótica de complementariedade e estabelecimento de sinergias. Apesar de atuarem nos mesmos nichos educacionais e com perfis de clientes semelhantes, atuam em áreas geográficas diferentes. Com um somatório de mais de 800 escolas no país, apenas quatro cidades abrigam ao mesmo tempo unidades da Kroton e da Anhanguera.
O acordo foi facilitado pelo perfil diretivo das empresas. Além da forte pulverização de ações (as duas estão no novo mercado da Bovespa, onde todas as ações são ordinárias – com direito a voto), ambos os grupos de controle são compostos por membros fundadores, mais direção de empresas incorporadas e fundos de private equity (investidores que prepararam a abertura do capital das empresas).
Prazos
O Cade tem prazo máximo de 330 dias para se pronunciar sobre a fusão, ou seja, até abril do próximo ano. Mas, segundo analistas, a aprovação deverá ser pouco problemática. “Não há sobreposição geográfica nem concentração de concorrência. Nas quatro cidades onde as duas possuem unidades, o Cade poderá pedir uma contrapartida, mas esse é um problema menor”, disse Bruno Giardino, analista de educação do Santander.
O mercado reagiu positivamente ao anúncio da fusão. As ações ON da Anhanguera subiram na última segunda-feira (22) 7,34%, e as ações ON da Kroton, 8,07%.
A fusão entre as companhias se dará mediante a incorporação de ações da Anhanguera pela Kroton. Conforme o fato relevante publicado na última segunda-feira (22), a troca considerou a média do preço das ações das companhias ponderada pelo volume financeiro dos últimos 30 pregões anteriores à assinatura do acordo.