Gasolina pressiona aumento do custo de vida na capital

Lucas Simões
lsimoes@hojeemdia.com.br
07/06/2018 às 12:13.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:28
 (Valter Campanato / Agência Brasil)

(Valter Campanato / Agência Brasil)

Mesmo com a inflação mais baixa registrada no mês de maio nas últimas duas décadas, a alta da gasolina e a escassez de combustíveis provocada durante a greve dos caminhoneiros acarretou em um aumento de 0,22% do custo de vida dos belo-horizontinos em relação a abril, segundo pesquisa divulgada ontem pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/UFMG).
Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada foi de 3,5%, o menor registro no mês de maio desde 2007, quando o país teve uma deflação de 0,25%. Apesar do dado histórico, o índice não tem caráter animador, segundo Thaize Martins, economista e coordenadora de pesquisa do Ipead.
  “A inflação está aumentando em ritmo mais brando. Mas, o que nós percebemos é que, apesar da menor inflação dos últimos 20 anos no mês de maio, tivemos um aumento elevadíssimo da gasolina, que, sozinha, foi responsável por 72% do aumento do custo de vida da população. Muito porque a gasolina esteve no centro das atenções recentemente e é um item essencial para a locomoção das famílias”, analisa a economista.
Entre os 242 itens de prioridade de consumo dos brasileiros listados pelo Ipead, a gasolina ocupa o quinto lugar— atrás apenas de serviços domésticos, IPTU, refeições fora de casa e condomínio residencial.

De acordo com a pesquisa do Ipead, além das altas acumuladas da gasolina, outros combustíveis também registraram elevação acumulada dos preços entre janeiro e maio, a exemplo do óleo diesel, com alta de 9,35%, e o etanol, com alta de 2,46%


Apenas em maio, a gasolina registrou alta de 3,67%, em relação a abril. Nos cinco primeiros meses do ano, a alta acumulada do combustível foi de 12,44%, sendo que em 2017 esse índice fechou o ano com 13% de alta acumulada. 
  “Vale frisar que os preços abusivos da gasolina praticados durante a greve não entraram nesse cálculo, assim como os preços de alimentos que variaram muito por causa da paralisação dos caminhoneiros”, diz Thaize.
Ainda segundo a pesquisa do Ipead, o Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICC) cresceu 2,25% em maio, alimentado por um aumento de 40,6% na pretensão de compra dos consumidores. Mas, ao contrário de um cenário otimista, o ICC registrou 36,93 pontos, abaixo da meta de 50 pontos, indicando pessimismo da população em relação a emprego, inflação e situação financeira do país. 





 

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