(Carlos Roberto)
Entidades representativas dos setores veterinário e agropecuário apostam em uma redução significativa nos preços dos medicamentos para animais após a sanção da lei de comercialização de produtos genéricos e similares. Por outro lado, as indústrias mostram-se resistentes e descartam a possibilidade de barateamento.
Para o presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Benedito Arruda, ainda não é possível apontar novos valores, mas a expectativa é de que a economia seja expressiva. “Precisamos levar em conta a matéria-prima que vai ser usada na produção, o que nem os laboratórios devem dizer, por enquanto”.
De acordo com Arruda, a novidade será positiva não só para produtores rurais, mas para toda a sociedade. “Afinal, esses medicamentos também serão autorizados para os animais de companhia”, pontua.
Apesar da satisfação com a proposta, o presidente do CFMV salienta ser imprescindível que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) exija a realização de testes de bioequivalência para comprovar, do ponto de vista farmacêutico, que os produtos genéricos equivalem aos originais.
“Significa dizer que esses produtos devem ter a mesma fórmula, a mesma via de administração. Assim, teremos um medicamento com condições de produzir os mesmos efeitos que o original”.
Segundo o superintendente técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Affonso Damasio, a comercialização de medicamentos genéricos é uma reivindicação antiga do setor, coordenada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e pelos sindicatos estaduais.
“A notícia foi muito bem recebida. Sabemos que há uma vantagem de preço razoável, em muitos casos, porque os fabricantes produzem remédios mais baratos. Além disso, a concorrência, não muito grande atualmente, deverá ser acirrada”.
Um dos aspectos mais positivos apontados por Damasio será o aumento da margem de lucro dos agricultores. “Geralmente, o produtor não determina preço; quem faz isso é o comprador. Se reduzirmos um pouco que seja nos custos de produção, a renda no campo é ampliada”.