(Mercedes-Benz)
No futebol, o Brasil foi massacrado pela Alemanha na maior goleada já sofrida pela seleção em Copas do Mundo, um trágico 7 a 1, na última terça-feira, no Mineirão. Na relação comercial entre os dois países, a goleada alemã é bem maior, e diferentemente do que ocorreu nos gramados, não surpreende ninguém.
Pelo menos desde 2002 a balança comercial do comércio bilateral Brasil-Alemanha é desfavorável ao Brasil por um motivo bem conhecido: nosso país exporta produtos primários e importa manufaturas. Vende café e compra máquinas de café expresso. Embarca minério e desembarca automóvel. Envia cloreto de potássio e recebe medicamentos.
Os alemães estão presentes em terras brasileiras com 1.400 empresas, responsáveis pela geração de 250 mil empregos. O Investimento Estrangeiro Direto (IED) da Alemanha no Brasil foi de US$ 1 bilhão em 2013, sendo que o Brasil é o principal parceiro econômico daquele país na América Latina.
A presença brasileira na Alemanha se dá por meio de 60 empresas, que geram por lá 2.300 postos de trabalho. O Investimento Direto Estrangeiro (IED) do Brasil na Alemanha no ano passado foi de R$ 68 milhões.
“O Brasil exporta a matéria prima e importa produtos manufaturados de média e alta tecnologia. Enquanto as importações tiverem maior valor agregado que as exportações, esse cenário não vai se alterar. Embora haja um esforço do governo brasileiro, não vejo alterações significativas no curto e médio prazos”, observa o professor da faculdade Ibmec e mestre em economia, Jonathan de Souza Matias.
Destravamento
No mês passado, a[/LEAD] chanceler alemã Angela Merkel esteve no Brasil. Com a presidente Dilma Rousseff, discutiu o destravamento de alguns pontos que inibem o comércio entre os dois países e trocou ofertas sobre o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia.
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), os produtos brasileiros que mais desembarcam na Alemanha são minério de ferro e de cobre, café cru em grão e soja. Já os portos nacionais recebem do parceiro europeu automóveis, medicamentos, autopeças e compostos químicos.
“São parceiros comerciais que se complementam de uma maneira positiva. Estamos convictos de que o comércio entre os dois países, que duplicou desde 2006 e chegou a quase US$ 22 bilhões, vai continuar se ampliando. Mas, em função do moderado crescimento da economia brasileira, esperamos números menos expressivos para os próximos dois anos”, diz Eckart Michael Pohl, diretor de comunicação Mercosul da Câmara Brasil-Alemanha.