Governo da França anuncia plano para reduzir austeridade

Agência Estado
17/04/2013 às 09:55.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:54

O governo da França apresentou nesta quarta-feira (17) um plano para diminuir o ritmo das medidas de austeridade, permitindo que sua dívida continue se expandindo por mais um ano em meio à dificuldade da economia local de crescer.

O plano de estabilidade será entregue à Comissão Europeia (CE) no fim do mês, antes de ser submetido à aprovação do gabinete e Parlamento franceses. Paris vinha pressionando para que Bruxelas desse ao país mais tempo para reduzir seu déficit aos limites estabelecidos pela União Europeia sem correr o risco de sofrer sanções.

"Medidas adicionais levariam a França à recessão num contexto em que a zona do euro já está, em média, em recessão", disse o governo no plano que apresentou.

A França prevê que sua economia crescerá apenas 0,1% este ano, antes de se recuperar e apresentar uma expansão moderada de 1,2% em 2014.

Em face do fraco desempenho econômico, o déficit do país cairá para apenas 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, de 4,8% no ano passado, prevê o governo, que espera reduzir ainda mais o déficit para 2,9% do PIB em 2014. A CE pede um déficit "claramente abaixo" dos 3% estipulados nos tratados da UE.

As previsões de déficit significam que a dívida francesa atingirá o pico de 94,3% do PIB em 2014, antes de começar a cair no ano seguinte. Durante a campanha eleitoral, há menos de um ano, o presidente francês François Hollande prometeu manter a dívida abaixo do patamar de 90% e até mesmo começar a reduzi-la a partir deste ano.

Após implementar fortes elevações de impostos desde que chegou ao poder há um ano, Hollande diz que agora vai se concentrar na redução de gastos para equilibrar as finanças do país. Em 2014, 70% da redução prevista no déficit deverá vir de cortes de gastos.

Em relação ao PIB, o governo prevê que os gastos públicos vão cair a 53,9% do PIB em 2017, de 56,9% este ano. Em 2014, Paris planeja reduzir os gastos em 1,5 bilhão de euros e diminuir transferências para governos locais na mesma quantia. As informações são da Dow Jones.
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