Governo foi informado de mudança de política, não que preços cairiam, diz Parente

Estadão Conteúdo
14/10/2016 às 11:45.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:13
 (FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO)

(FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO)

As motivações para a revisão dos preços dos combustíveis foram empresariais, reforçou o presidente da estatal, Pedro Parente, que afastou qualquer interferência política na decisão. Ele disse ter informado ao presidente da República, Michel Temer, que uma política de preços estava sendo elaborada, mas que não foi indicado ao governo se os preços deveriam cair ou aumentar e em quanto.

A expectativa é que a divulgação de um relatório a cada 60 dias com avaliações da política de preços vai ajudar a tornar o processo transparente ao mercado. Os preços serão avaliados mensalmente por um comitê, batizado de Grupo Executivo de Mercado e Preços.

"Não entendo que possa ser visto que tenha outro objetivo (a queda dos preços anunciada nesta sexta) que não os interesses da empresa. A confiança (do mercado) virá com a prática consistente, ao longo do tempo", afirmou o presidente da estatal.

Ele descartou a adoção de fórmulas paramétricas, que permitiriam ao mercado prever os preços praticados pela companhia. "(Adotar uma) Fórmula paramétrica e determinística não é a melhor maneira da empresa operar. O mercado é dinâmico", argumentou.

Leia mais:
Pesquisadores temem 'desastre' na ciência com aprovação da PEC 241
Começa pente-fino da Previdência em Minas com convocação de beneficiários
MP libera R$ 1,950 bi a Estados e municípios para fomento de exportações
Moro dá dez dias para Cunha se defender sobre contas na Suíça

Redução prevista

O diretor Financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, afirmou que a redução dos preços dos combustíveis, anunciada nesta sexta, já estava prevista quando a empresa elaborou o plano de investimento para o período de 2017 a 2021. Por isso, todos os investimentos foram projetados considerando uma queda de receita na comercialização, que seria compensada por ganhos em participação de mercado, já que a empresa sofre hoje a concorrência de importadores, e também por ganhos com o aumento da utilização da capacidade das refinarias e da infraestrutura logística.

Por fim, a receita total da empresa deve subir, segundo a explicação da diretoria. A meta de alavancagem de até 2,5 vezes em 2018 está mantida, destacou Monteiro.

Na avaliação do diretor de Refino e Gás Natural, Jorge Celestino, a redução dos preços traz bons resultados para a companhia e vai ajudá-la a atrair investidores para a área de abastecimento. A Petrobras quer formar parcerias para operar as suas refinarias e ainda incluiu a sua rede de dutos no seu plano de desinvestimentos.

© Copyright 2025Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por