(Leonardo Morais - 27/07/2012)
Preocupado com os impactos econômicos e políticos do movimento de bloqueio das estradas por caminhoneiros, o governo anunciou nesta quarta-feira (25) que os preços do diesel não sofrerão aumento pelos próximos seis meses. Segundo o ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência), a informação foi repassada ao governo pela Petrobras. "Quero também aproveitar para informar que a Petrobras nos diz que, a partir dos seus referenciais de indicadores, nós podemos afirmar que não haverá, é isso que a Petrobras nos diz, um reajuste do preço do diesel nos próximos seis meses [contados a partir de hoje]", disse Rossetto. Além da garantia sobre a estabilidade temporária dos preços, o governo federal definiu e ofereceu ao movimento de caminhoneiros uma série de medidas, que estão condicionadas ao fim imediato dos bloqueios nas estradas. Até a conclusão desta edição, ainda não havia resposta tanto dos participantes da reunião quanto das lideranças nos Estados. O pacote, negociado por Rossetto sob a chancela da presidente Dilma Rousseff, responde a parte das reivindicações de lideranças dos motoristas e foi fechado após uma reunião entre governo, empresas e trabalhadores na tarde desta quarta, no Ministério dos Transportes. O governo disse estar disposto a sancionar integralmente a chamada Lei dos Caminhoneiros, que na prática reduz o valor do pedágio que pode ser cobrado dos caminhões e aumenta o número de horas extras que podem ser feitas pela categoria. Dilma tem até o dia 13 de março para sancionar o texto, já aprovado pelo Congresso. A segunda medida é a suspensão, por um ano, dos pagamentos de empréstimos feitos pelo BNDES para a aquisição de caminhões. O governo anunciou, ainda, a mediar a criação, por empresas e caminhoneiros, de uma tabela referencial de fretes, o que pode levar a preços mínimos para o serviço. A quarta proposta é o estabelecimento de uma mesa permanente de negociações entre motoristas e representantes empresariais. Dada a dimensão que tomou o movimento dos caminhoneiros, e com a economia sob risco de recessão, o governo avaliou que não teve outro remédio senão agir para resolver o impasse. Com a taxa de popularidade da presidente em recorde de baixa, assessores presidenciais alertaram que, se o movimento não fosse contido, Dilma seria responsabilizada pelos problemas.