(Marcelo Camargo)
Em corrida contra o tempo para fazer caixa e cumprir a meta de superávit fiscal, até o momento mantida em 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que o governo quer abrir o capital de algumas companhias públicas. Em entrevista publicada neste domingo (19) no jornal A Gazeta, do Espírito Santo, o ministro defendeu que a medida traria competitividade, mas evitou citar quais as empresas candidatas para a oferta de ações.
Ao justificar a importância de se fazer o ajuste fiscal com rapidez, Levy disse que é necessário tomar outras medidas, além das que já foram anunciadas. "Tem algumas companhias públicas que estamos querendo abrir o capital. Elas ficarão mais competitivas, isso aumentará o valor delas, teremos um pouco mais de receita. É um ganha-ganha", afirmou.
Questionado se estaria falando de privatização, Levy respondeu que "em alguns casos, você tem a passagem do controle também". "Depois tem a parte das concessões. Todo mundo fala do tal custo Brasil. Uma das maneiras de diminuí-lo é melhorando a infraestrutura, para isso, a participação do capital privado é muito importante. Já temos uma boa experiência disso em todo o País", disse, citando áreas como rodovias, portos e aeroportos.
Sobre a avaliação da agência de classificação risco Moody's, que esteve em Brasília na semana passada, Levy foi reticente. "Temos de trabalhar para que (a nota do Brasil) não seja (rebaixada)", se limitou a responder.
Levy afirmou ainda que já é possível ver uma redução na expectativa da inflação para o ano que vem. "Na parte do emprego, talvez tenhamos mais alguns meses de desafio. Toda vez que se tem um ajuste, durante um certo período você terá problema com emprego. Até que a pessoa saia do setor que não é competitivo para o setor que é competitivo há uma fricção", ressaltou.
Lula
Levy negou ainda que teria se reunido com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última semana. "Claro. Gostaria de conversar com Lula, mas não estive com ele na terça-feira (14). Gostaria de falar sobre essas mudanças básicas que precisamos fazer para voltarmos a crescer", disse.