O primeiro escalão da área econômica do governo reuniu-se na terça-feira em São Paulo com os executivos que comandam os oito maiores bancos do País. Diferentemente do que ocorreu em 2012, quando as instituições financeiras foram duramente cobradas para expandir o crédito, o clima do encontro foi amistoso, segundo relatos de participantes. Tratou-se, principalmente, das perspectivas para o crédito em 2013, com foco nos empréstimos para a área de infraestrutura.
"O ministro (da Fazenda, Guido Mantega) quis entender as condições de mercado e como estamos vendo o crescimento do crédito em 2013", disse o presidente do Itaú, Roberto Setubal. O maior banco privado brasileiro divulgou ontem os resultados de 2012, que mostraram expansão modesta do crédito.
O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, comentou que o governo está especialmente interessado na área de infraestrutura. "Um dos pilares (da agenda para 2013) é viabilizar os investimentos em infraestrutura", disse ele. "Os bancos públicos e privados terão papel decisivo na oferta dos instrumentos necessários aos grandes investidores de projetos."
À noite, já em Brasília, o ministro Mantega disse que o volume de empréstimos ofertado pelos bancos é um problema. "Se aumentar o volume, melhora a economia e cai a inadimplência. Esta é que é a questão. Chega uma hora em que a inadimplência, para cair, precisa de mais crédito. O cidadão que pegou um empréstimo, depois ficou sem crédito para poder pagar a conta. Porque é assim: o tomador paga o crédito tomando novo empréstimo, isso se chama rolagem", afirmou.
Ele salientou que não se trata de uma "sangria desatada". "Não é para sair socando crédito de forma irrestrita, mas dentro da sustentabilidade, da responsabilidade. Isso vai dar um impulso à economia, que está precisando um pouco mais de gás", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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