São 877 vagas oferecidas nesta segunda-feira (Marcello Casal Jr/ABr)
Em fevereiro de 2014 a taxa de desemprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) apresentou acréscimo ao passar dos 6,7% registrados em dezembro de 2013 para 7,7% da População Economicamente Ativa (PEA). O resultado se deve à redução dos contingentes de ocupados (31 mil) e de pessoas que participam do mercado de trabalho (7 mil). Os dados são parte da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED-RMBH), divulgada na manhã desta quarta-feira (26), pela Fundação João Pinheiro, Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese), Dieese e Fundação Seade.
A taxa de participação, que se refere à proporção de pessoas com dez anos e mais de idade inseridas no mercado de trabalho, passou dos 57,7% registrados em janeiro para 57,5%. A pesquisa também apontou a diminuição de -1,3% (-31 mil) no total de ocupados, que somou 2.278 mil em fevereiro.
O contingente de trabalhadores sofreu uma pequena redução na área da construção (-1 mil, ou -0,5%) e uma diminuição mais significativa no setor de serviços (-45 mil, ou -3,4%). Em movimento contrário, houve acréscimo de 1,8% (8 mil) no número de ocupados no setor de comércio e reparação de veículos e de 1,7% (5 mil) na indústria de transformação.
De acordo com o coordenador da PED pela Fundação João Pinheiro, Plinio Campos, por uma serie de fatores sazonais o desemprego tende a crescer nos primeiros meses do ano. “Neste período a economia das famílias está voltada para o pagamento de impostos e taxas, o que leva à redução do consumo de determinados bens e serviços que não são de primeira necessidade”, afirmou.
Esse desaquecimento afeta a toda a cadeia do mercado de trabalho e o setor de serviços, por sua dimensão e heterogeneidade, sofre fortes impactos, por menor que seja a variação do mercado. “Em todos os subsetores dos serviços foram observadas reduções no nível ocupacional, com destaque para o transporte e armazenagem, informação e comunicação e serviços públicos”, exemplificou Campos.
No período avaliado, houve diminuição de contratações no setor privado (-14 mil) e no setor público (-20 mil). No setor privado, a retração resultou do decréscimo de assalariados sem carteira assinada (-11 mil ou -8,3%) e de trabalhadores com registro em carteira (-3 mil ou -0,2%). “Também houve redução de 3,9% entre os autônomos e de 1,4% entre empregados domésticos. Nas demais posições ocupacionais, porém, foi registrado um acréscimo de 12,9%, o que representa 19 mil trabalhadores a mais”, completou Campos. A pesquisa também verificou que o tempo médio de procura por trabalho despendido pelos desempregados foi de 26 semanas, uma a menos que o mês anterior.
Rendimentos
Em janeiro de 2014 o rendimento real médio dos ocupados apresentou redução de -1.3% relação ao mês anterior e foi estimado em R$ 1.837. O salário real médio também diminuiu (-1,2%), sendo estimado em R$ 1.796. No período, o rendimento médio dos autônomos diminuiu 4,1%, passando a valer R$ 1.637. No setor privado, o salário médio real permaneceu estável. Observou-se, ainda, acréscimo de 6,3% no rendimento médio dos trabalhadores da indústria de transformação e de 0,5% no do setor de comércio e reparação de veículos. Nos serviços, houve retração de -4,6% no rendimento médio.
“Comparando os meses de fevereiro de 2014 e fevereiro de 2013, o rendimento real médio dos ocupados aumentou 6,3%, passando de R$ 1.728 para R$ 1.837. O salário real médio também apresentou acréscimo, de 6,5%, ao passar de R$ 1.686 para R$ 1.796”, observou Campos.
No setor privado, foram registrados aumentos do salário médio real pago no comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (4,7%), serviços (2,0%), e indústria de transformação (13,6%). Para os assalariados com carteira assinada, o rendimento médio cresceu 5,3% e, para os sem registro em carteira, diminuiu 2,9%. Para os autônomos, o rendimento médio teve incremento de 2,1%, no período em análise.