A Grécia terá de fazer cortes de gastos públicos adicionais se qualquer uma das privatizações que prometeu fazer não gerar a receita pretendida, diz o rascunho de um memorando que detalha os passos que o país precisa dar para obter ajuda internacional; Segundo o rascunho, ao qual a Dow Jones teve acesso, qualquer atraso na venda de ativos públicos vai acionar uma série de medidas automáticas para trazer o programa de privatizações de volta aos trilhos.
Entre as medidas previstas está "aumentar automaticamente a meta de superávit primário se houver uma lacuna na receita com privatizações", diz o documento. O texto, porém, limita o tamanho dos cortes de gastos exigidos e diz que a troica de credores multilaterais da Grécia - a União Europeia, o FMI e o Banco Central Europeu) pode suspender essa norma se achar isso conveniente.
Desde que recebeu seu primeiro pacote de ajuda financeira internacional, em maio de 2010, a Grécia só levantou 1,6 bilhão de euros com privatizações; o governo do país já admitiu que não cumprirá a meta de levantar 3 bilhões de euros neste ano com a venda de propriedades públicas. A meta de levantar 50 bilhões de euros até 2019 com privatizações foi rebaixada várias vezes e, de acordo com o rascunho do memorando, datado de 10 de novembro, a meta agora é de levantar 11,1 bilhões até o fim de 2016 e chegar aos 50 bilhões de euros em algum momento no futuro.
Para aliviar as dores dos programas de austeridade, o rascunho diz que a Grécia terá mais dois anos para cumprir suas metas orçamentárias. O país deverá ter como metas de superávit primário 0% do PIB em 2013, 1,5% do PIB em 2014, 3% do PIB em 2015 e 4,5% do PIB em 2016. As informações são da Dow Jones.
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