Greve do IBGE ameaça também divulgação da Pnad Contínua

Agência Estado
26/01/2014 às 17:18.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:09

A greve de servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ameaça também a próxima divulgação da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio Contínua (Pnad Contínua). A coleta foi praticamente interrompida nos Estados de Paraíba e Amapá.

Nesta quinta-feira, 26, o IBGE deixou de divulgar os resultados de duas regiões metropolitanas na Pesquisa Mensal de Emprego. Os dados de Salvador e Porto Alegre não ficaram prontos a tempo.
"A Pnad Contínua, dada a sua extensão, é talvez a que tenha maiores dificuldades hoje. Em alguns Estados estamos tendo problemas, mas estamos fazendo tudo para resgatar (as informações não coletadas)", disse Wasmália Bivar, presidente do IBGE. Segundo ela, a principal providência é deslocar funcionários que não estão em greve para as regiões mais afetadas pela paralisação.

"Tem cerca de duas áreas que a coleta está com porcentual bastante menor do que o esperado no mês de maio e junho, praticamente parados. São Paraíba e Amapá", contou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. "O Rio Grande do Norte também teve problemas de coleta em maio e junho", acrescentou.

O IBGE, entretanto, afirma que não há mudanças no calendário de divulgações por conta da greve, e que todas as pesquisas estão mantidas, inclusive as próximas a serem conhecidas: o Índice de Preços ao Produtor, nesta sexta-feira, 27, e a Pesquisa Industrial Mensal, na semana que vem.

Wasmália considera ser improvável que outras pesquisas sejam afetadas pela greve, porque a paralisação vem perdendo força e os funcionários começam a voltar ao trabalho. Segundo ela, após um pico de adesão de 24%, hoje a paralisação alcança apenas 15% dos funcionários.

O IBGE informa que as unidades do Acre e Amazonas já abandonaram o movimento grevista e retomaram os trabalhos integralmente. No entanto, Wasmália reconhece que a paralisação ainda afeta consideravelmente alguns Estados. "A greve, com adesão de 15%, nos afetaria muito pouco. A questão toda é a não uniformização. Tem lugar que está 100% em greve, outros com muito pouca gente", reconheceu ela.

No início do mês, o Superior Tribunal de Justiça concedeu uma liminar em que obriga o sindicato dos servidores do IBGE, o Assibge, a manter ao menos 70% dos servidores trabalhando, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. "O sindicato propagandeia que vem descumprindo a decisão judicial. A ministra do Planejamento já tem o relatório com esse descumprimento", afirmou Wasmália.

A presidente garantiu que a coleta de outras pesquisas conjunturais, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), não foi afetada. "Toda a equipe do IPCA está trabalhando. O IPCA tem a mais elevada prioridade", assegurou. "O que estamos fazendo é deslocando (funcionários) quando percebemos esse tipo de situação."
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