A greve nacional dos bancários, que começou na quinta-feira (19), fechou as portas de agências do Centro de Belo Horizonte, de Betim, Santa Luzia, Sete Lagoas, Itaúna e Pará de Minas, além de outras cidades do país, e causou transtornos para quem precisava do atendimento pessoal. Os trabalhadores paralisaram os serviços para reivindicar, principalmente, o reajuste salarial de 11,93% e piso de R$ 2.860,21 – salário mínimo ideal apontado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.
O lapidário Thiago Walter, de 25 anos, concorda que os trabalhadores lutem pelos seus direitos, mas não acha certo prejudicar quem precisa dos serviços, principalmente em situações de emergência. “Estou sem o meu cartão e só posso sacar na agência. Agora, não tenho o dinheiro para resolver o que preciso, além de pagar multas das minhas contas”, lamentou.
A associação de consumidores Proteste alerta para o fato de que o consumidor não pode se valer da greve dos bancários para não quitar as contas dentro do devido prazo. Para evitar a cobrança de multas e taxas, a orientação é procurar outros canais de atendimento para pagamento de faturas e boletos.
“Quem não dispõe de cartão para uso nos caixas eletrônicos, pode recorrer às agências lotéricas e até a lojas de departamentos que aceitam a quitação de diversas contas. O cliente que precisa sacar dinheiro na boca do caixa deve entrar em contato por telefone com o banco e solicitar uma alternativa. Já quem movimenta a conta pela internet não deve ser afetado pela paralisação, pois esses serviços devem continuar a funcionar normalmente”, informou a Proteste.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte, Clotário Cardoso, informou que a greve não tem prazo para terminar. A volta ao trabalho depende da contraproposta da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).
“Dentro dos 11,93% já estão embutidos 5% de aumento real. Todos os bancos no Brasil tiveram, no primeiro semestre, lucro de R$ 30 bilhões. Nada mais justo do que repartir isso com quem ajuda a construir. Tivemos a proposta de reajuste de 6,1% e ela é inaceitável”, afirmou Cardoso. Além do reajuste, os bancários reivindicam vale-refeição no valor de um salário mínimo, mais segurança nas agências, aumento de contratações e o fim das demissões.
A Febraban informou, em nota, que mantém negociação com as lideranças sindicais e respeita o direito de greve. No entanto, lamenta o movimento e informou que os bancos farão tudo o que for legal para garantir o acesso da população aos serviços.