Ao mencionar que o País tem fundamentos macroeconômicos muito sólidos, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou quanto à questão cambial que "o grosso do impacto já veio". "Poderemos ter outros ajustes, mas esse processo dotará a economia brasileira mais condizente com a sustentação de um déficit em conta corrente muito menor", disse em palestra a empresários, na capital paulista, nesta segunda-feira,2. Ele estimou também que, em um momento posterior, com o câmbio estabilizado, o País terá uma indústria mais competitiva.
Nas últimas semanas, também por influência externa, o dólar teve uma arrancada e tem operado na faixa pouco abaixo de R$ 2,40. As negociações da moeda norte-americana têm contado ainda com intervenções sistemáticas do Banco Central (BC) para segurar a cotações.
"Essa mudança (no câmbio) irá colocar novamente numa trajetória sustentável o balanço de pagamentos do País, o que precisa ser muito valorizado", completou. Ele disse ainda que o BC deve executar com toda a liberdade o controle do pass through, que é o repasse da alta da taxa de câmbio para a inflação. "O importante é sairmos desse processo com competitividade renovada", frisou Coutinho.
Concessões
Para o presidente do BNDES, o ciclo de concessões no País abrirá portas para a indústria financeira. Segundo ele, será necessário ter apoio do setor privado para financiar esse ciclo. "O BNDES já vem tomando uma série de iniciativas de trabalhar junto ao mercado", comentou Coutinho.
Após consultas com o setor privado, ele se declarou confiante e tranquilo quanto ao sucesso dos leilões de infraestrutura. Ele reiterou que vê que o País tem condições de "ultrapassar preocupações naturais de um processo de turbulência". Ele mencionou ainda que, há poucos meses, o País viveu um processo interno de turbulência democrático "muito vivo e muito saudável", que foi uma "demonstração direta da manifestação de prioridades em relação às políticas públicas".
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