Os argumentos a favor da constitucionalidade dos planos econômicos das décadas de 1980 e 1990 feitas pelo governo e os bancos no Supremo Tribunal Federal (STF) são granada oca, que não explodiu e não vai explodir. A afirmação foi feita à Suprema Corte pelo representante do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) Walter José Faiad.
A parte favorável aos planos alega que os custos aos bancos podem chegar a R$ 149 bilhões se perderem as ações no STF. "Os ministros do STF de nada têm de calouros", disse Faiad. "O Supremo nunca escorregou e não acredito que vá escorregar", acrescentou.
Na avaliação do Idec, ao apresentaram o risco de um colapso financeiro no País, os bancos estão transferindo os riscos de seus negócios aos ministros do STF. O representante do Idec argumentou também que a postura dos poupadores, de tentar diminuir as perdas que tiveram no passado, é totalmente compreensível. "Se houve diminuição do meu capital, eu quero ele de volta", afirmou. Ele disse, porém, que a atuação desses poupadores é pequena quando comparada ao poder dos bancos. "Somos pequenas andorinhas de asas curtas", ilustrou.
Ele disse ainda que, ao votarem a favor dos bancos, os ministros poderão criar uma desconfiança por parte dos brasileiros no próprio sistema bancário nacional. "Eu que hoje não sou poupador, mas não sou ignorante, posso passar a desconfiar do sistema financeiro", conjecturou. Para ele, a crise de 2008 deve ter ensinado às autoridades locais para terem cuidado com as "pequenas andorinhas", pois são elas que alimentam o sistema. "Espero que essa andorinha faça Verão, Bresser e Collor 1 e 2", encerrou, fazendo um trocadilho com os nomes dos planos.
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