IGP-DI encerra 2013 com alta de 5,52%, diz FGV

Idiana Tomazelli
08/01/2014 às 18:15.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:13

O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) encerrou 2013 com alta de 5,52%, abaixo do resultado de 8,10% obtido em 2012, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Mas analistas não esperam que a desaceleração se repita e já projetam que o indicador ficará mais próximo de 6% em 2014, puxado pelo câmbio e o comportamento dos administrados.

No resultado de dezembro, a alta de 0,69% foi impulsionada pelos preços da gasolina e do diesel. Juntos, eles trouxeram impacto de 0,22 ponto porcentual ao IGP-DI do último mês do ano passado, quase um terço do indicador, calculou o superintendente adjunto de inflação da FGV, Salomão Quadros. Em novembro, o IGP-DI havia ficado em 0,28%.

A gasolina nos preços para o atacado teve alta de 3,86% em dezembro, enquanto o óleo diesel subiu 7,71%. Os resultados levaram o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) a registrar alta de 0,78%, contra 0,12% em novembro.

Para o consumidor, a gasolina subiu 3,93% (influenciada também pela alta do álcool anidro, misturado ao combustível). Mas desacelerações nos preços de grupos como habitação, despesas diversas e vestuário e a ausência de novas pressões nos alimentos impediram que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) ganhasse muita força, fechando em 0,69%, em relação a 0,68% em novembro.

Para os economistas Marcio Milan e Alessandra Ribeiro, da consultoria Tendências, o IGP-DI deve desacelerar em janeiro, com a saída do impacto dos combustíveis e sem grandes oscilações nos preços agropecuários. "Por outro lado, os preços no varejo devem continuar pressionados, tendo em vista os impactos dos reajustes escolares e o avanço do grupo alimentação", avaliaram.

O Índice Nacional da Construção Civil (INCC) desacelerou para 0,10%, contra alta de 0,35% em novembro, influenciado pela estabilidade no custo da mão de obra do setor.

Tendência.

Neste ano, os preços administrados e o câmbio devem ser fontes de pressão inflacionária, enquanto os alimentos poderão ser a tábua de salvação do governo para manter a inflação abaixo do teto da meta, que é de 6,5%. "Tem mais fatores inflacionários do que deflacionários para este ano", disse Quadros. No caso do IGP-DI, a previsão da Rosenberg & Associados é de 5,7% neste ano.

A inflação ao consumidor deve saltar para 6% já em fevereiro deste ano, com a substituição da queda de 16% nas tarifas de energia elétrica em fevereiro de 2013 por uma taxa certamente superior. "Se nada de novo acontecer, em fevereiro o preço da energia elétrica vai ter um reajuste pelas fórmulas habituais, não pela situação excepcional do ano passado", disse.

Outra fonte de pressão será a recomposição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre bens duráveis. Além disso, passagens de ônibus e combustíveis em 2014 também podem ser fontes de pressão.

O câmbio é outro forte candidato. "Estão ocorrendo correções gradativas do câmbio. Fechar mais ou menos na faixa de R$ 2,60 não seria um absurdo", afirmou. Na contramão, boas safras e estoques fartos devem garantir que as principais commodities agrícolas não sofram com uma escalada de preços, na avaliação de Quadros.
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