Há na dinâmica inflacionária do País elementos que podem levar o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) a fechar o mês de março com uma taxa equivalente à de março de 2012, que foi de 0,43%, previu, nesta quarta-feira, o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getulio Vargas (FGV) e responsável pelo indicador, Salomão Quadros. Em fevereiro, o IGP-M registrou um aumento médio dos preços da ordem de 0,29%, abaixo da taxa de 0,34% apurada em janeiro.
Dentre os itens que estão no radar do coordenador destacam-se o preço da soja no atacado e a redução da tarifa de energia elétrica no varejo. No tocante à soja, apesar de no mês de fevereiro a oleaginosa ter sido um dos destaques de queda, com redução de 11,06%, a deflação, segundo Quadros, já vem perdendo ímpeto. A avaliação dele em relação ao comportamento do grão é de que, a despeito de as previsões contarem com a entrada de uma boa safra do grão no Brasil, a colheita norte-americana só entra no mercado a partir de setembro.
Com relação à tarifa de energia, Quadros reforça que o ciclo de impacto do serviço sobre a inflação se fechou no dia 24 de fevereiro, dado que a redução da tarifa entrou em vigor no dia 24 de janeiro. Como a coleta do IGP-M foi até dia 20 deste mês, o que entrará de queda da conta de luz na composição do IGP-M de março será referente ao impacto de apenas quatro dias. Isso, pelos cálculos do economista, redundará em um alívio em torno de 0,45%, significativamente menor do que a variação negativa de 16,14% em fevereiro.
Neste mês, o IGP-M acumulado em 12 meses chegou a 8,29%, ante 7,91% em janeiro. Para Quadros, em março, a taxa acumulada deverá se manter mais ou menos no patamar de fevereiro, ficando nesse nível por alguns meses e subir no segundo semestre.
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