A estabilidade apresentada na confiança industrial no início deste ano está relacionada à percepção dos empresários em relação à situação atual do setor. A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou nesta quinta-feira a Sondagem da Indústria de fevereiro e, pelo segundo mês consecutivo, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) avançou (alta de 0,1%), na comparação com o mês imediatamente anterior. No resultado deste mês, o Índice da Situação Atual (ISA), um dos que compõem o indicador geral, recuou 1,0% ante janeiro, passando para 105,7 pontos.
"O ICI continua girando em nível ligeiramente superior à média histórica, mas a sua relativa estabilidade nos últimos meses sinaliza a manutenção de ritmo lento do setor industrial ao início de 2013", avaliou a FGV.
O fator que mais contribuiu para a queda do ISA em fevereiro foi o nível de demanda. De janeiro para fevereiro, o quesito caiu 2,6% e chegou a 103,0 pontos, o menor patamar desde julho do ano passado (101,7 pontos). As pioras foram percebidas pelo empresariado tanto na demanda interna quanto externa.
Do total de empresas consultadas, 12,8% responderam que avaliam a demanda como forte. Em janeiro, a parcela chegava a 16,4%. A parcela dos que consideram o nível de demanda fraco também recuou, mas menos: passou de 10,6% para 9,8%.
Na contramão do indicador que avalia a situação atual, o Índice de Expectativas (IE) subiu 1,4%, chegando a 107,6 pontos - o maior nível desde maio de 2011, quando ficou em 108,3 pontos. "A boa notícia é a sustentação das expectativas, sugerindo que o empresariado aguarda alguma aceleração ao longo dos próximos meses", informou a instituição.
O desempenho do IE foi puxado pelo avanço de 2,4% no quesito mão de obra, que atingiu 113,1 pontos, o melhor resultado desde junho do ano passado (113,4 pontos). As empresas que esperam menor nível de emprego representavam 16,7% em janeiro, mas a porcentagem caiu para 5,4% em fevereiro. A parcela que prevê maior nível de emprego passou de 27,2% para 18,5%. Na passagem do primeiro mês do ano para o segundo, o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) recuou para 84,1%. Em janeiro, o Nuci havia ficado em 84,4%.
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