A inflação medida pelos Índices Gerais de Preços (IGPs) tende a desacelerar no mês de março, afirmou no final da tarde desta sexta-feira (19), Salomão Quadros, superintendente adjunto de Inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Na segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de fevereiro, a alta foi de 1,24%, ainda elevada segundo Quadros. "Em março, a inflação pode ficar bem abaixo disso, talvez pela metade (no IPC). No IPA (que representa o atacado), também haverá desaceleração", disse.
No atacado, o principal impulso vem do milho, cujos preços dispararam em meio à perda de terreno para a soja nas lavouras brasileiras, ao mesmo tempo em que as exportações do grão cresceram com a valorização do dólar.
"O plantio não estava considerando essa possibilidade, então a oferta doméstica está reduzida, e isso pode ter efeito sobre aves e rações", explicou o superintendente.
No varejo, a pressão vem dos reajustes em tarifas de ônibus e de mensalidades escolares, mas esse efeito tende a se dissipar ao longo das próximas semanas, apontou Quadros.
Outro aspecto que trará grande alívio ao bolso de consumidores é a desaceleração nos preços de alimentos in natura no atacado (6,49% para 1,99%). "Isso quer dizer que produtos como tomate e batata-inglesa estão caindo. No varejo, isso já está aparecendo, mas tende a se intensificar", afirmou. O resultado final do IGP-M será divulgado no próximo dia 26.
http://www.estadao.com.br