O presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Júnior, entregou nesta quarta-feira (5) ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, e ao governador do Estado, Fernando Pimentel (PT), um documento contendo sugestões de ações de ampliação do comércio entre a indústria mineira e o Paraguai. Segundo ele, as oportunidades abrangem setores como energia, alimentos, calçados, couro, entre outros.
"Acreditamos que Minas tem muitas sinergias com o Paraguai e há o espírito paraguaio de nos receber. É um país, por exemplo, que tem energia elétrica a preços muito melhores que o nosso e Minas possui empresas que estão precisando de energia elétrica", citou o executivo a jornalistas. Segundo ele, além desse setor e de outros, como alimentos, calçados e couro, Minas Gerais pode levar uma escola Senai para capacitar o trabalhador do Paraguai. "Nós temos tecnologia e desenvolvimento e podemos levar isso ao país", ressaltou.
Na manhã desta quarta-feira (5) o MDIC, em parceria com a Fiemg e o governo estadual, lançou o Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE), braço do Plano Nacional de Exportações (PNE). O objetivo é aumentar o número de empresas mineiras exportadoras. "O universo inicial do PNCE é trabalhar com duas mil empresas, num prazo de até dois anos, dentre as que já exportam e as que já acessaram o mercado externo para retomada dessas vendas. Vamos gradualmente aumentando esse número. Hoje, há 1,5 mil empresas mineiras vendendo seus produtos no exterior", informou o secretário de Comércio Exterior do Ministério, Daniel Godinho.
Conforme ele, o trabalho será, primeiramente, identificar empresas com potencial exportador, além de tornar habituais as vendas externas de quem as fazem de forma esporádica e diversificar a pauta das exportadoras consolidadas. "E nesse sentido está a criação do comitê gestor do PNCE em Minas Gerais para fortalecimento da governança dessa estratégia e seguir uma 'trilha de internacionalização das companhias", explicou.
Machado Júnior informou que a primeira região-alvo do PNCE é a América Latina. "Nesse contexto, então, está o Paraguai. O PNCE ajudará as exportações de Minas em 2015 serem maiores do que 2014", destacou. Até junho, as exportações do Estado somam US$ 11,009 bilhões, queda de 26,6% ante o mesmo período de 2014. Entretanto, há superávit comercial de US$ 6,433 bilhões, mas 23,3% menor do que o saldo do ano passado.
Minas Gerais é o primeiro Estado a receber o comitê gestor do PNE e a fazer o lançamento do PNCE. No Estado, o programa conta com o apoio de 20 parceiros, dentre eles o Banco do Brasil, Correios, Apex-Brasil, Sebrae e ACMinas. A Fiemg já possui algumas inscrições no plano, como a cervejaria Kud; pão de queijo Seu Ninico; cachaça Taverna de Minas; LC Eletrônica; Paiva Piovesan Software; Nansen Instrumentos de Precisão; Pollyrubber, entre outros.
"Ser o primeiro Estado nos traz uma responsabilidade enorme, mas nos dá condições de enfrentar os desafios para até ser uma referência nacional", destacou o governador Pimentel.
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