Na contramão do parque industrial do país, a indústria mineira cresceu 1,1% em maio, na comparação com abril. Foi o terceiro desempenho positivo consecutivo, após o amargo resultado de fevereiro, quando despencou 11%. No Brasil, no mês, a queda do setor foi de 1,8%. Também apresentaram resultados para cima os estados de Goiás, com expansão de 3,2%, Paraná (0,9%), Rio Grande do Sul (0,7%) e Pernambuco (0,6%). Nove, dos 14 estados pesquisados pelo IBGE, apresentaram retração. Os recuos mais acentuados foram registrados em São Paulo (-3,7%), Santa Catarina (-2,5%) e Ceará (-1,9%). Alavancaram o resultado de Minas, principalmente, os setores de máquinas e equipamentos (22%), refino de petróleo e álcool (14,6%) e veículos automotores (10,7%). Têxtil e alimentos também tiveram bons resultados, de 5% e 3,4%, respectivamente. Por outro lado, a indústria extrativa, cuja base é a mineração, decepcionou com queda de 5,2%. Bebidas (-13,7%), produtos de metal (-9,4%) e minerais não metálicos (-8,9%) destacaram-se negativamente. Performance Segundo o analista do IBGE em Belo Horizonte, Antonio Braz, apesar da performance positiva em abril, os dados não refletem uma recuperação consistente. “A melhora é mal distribuída e deve-se especialmente a três setores - máquinas, álcool e veículos. Essa concentração é nociva e aumenta os riscos”, adverte. Presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos de Minas Gerais (Abimaq-MG), Marcelo Veneroso diz que a realidade atual do setor está distante das estatísticas. “O crescimento de 22% no mês, apontado pelo IBGE, é um ponto fora da curva. Pode ser que uma empresa de grande porte tenha faturado em maio um volume significativo de encomendas. A verdade é que essa indústria, em Minas e no Brasil, à exceção de máquinas agrícolas e para fabricação de plástico, vem andando de lado”, comentou. Considerando-se os primeiros cinco meses de 2013, a atividade industrial mineira caiu 0,6%. No acumulado do ano, oito das treze atividades pesquisadas apresentaram recuo. Os impactos negativos vieram, principalmente, de outros produtos químicos (-16,3%), indústrias extrativas (-7,2%) e da metalurgia básica (-5,2%). Por outro lado, o setor de veículos automotores (14,1%) assinalou a contribuição positiva mais relevante sobre a média estadual. Já nos últimos 12 meses, a indústria mineira evoluiu 1,7%, frente a uma queda de 0,5% no Brasil. Ainda assim o levantamento detectou retração na maioria dos itens pesquisados. Novamente, ressalta Antonio Braz, o crescimento industrial no estado está relacionado ao desempenho de poucos setores: veículos (14%) e refino de petróleo e álcool (13,7%) e têxtil (8%).