(Fiat/Divulgação)
Entidades que representam setores industriais de mão de obra intensiva estão se unindo para cobrar do governo a continuidade da desoneração da folha de pagamento, após o anúncio de que o beneficio será retirado como parte das medidas anunciadas na quarta-feira, 29, para cobrir o rombo das contas públicas.
Hoje, três associações representativas das indústrias de produtos têxteis (Abit), de calçados (Abicalçados) e de móveis (Abimóvel) encaminharam ao Ministério da Fazenda uma petição conjunta de audiência para discutir a reoneração da folha com o titular da pasta, Henrique Meirelles. A ideia é levar a Meirelles argumentos contra a medida, apontando seus efeitos sobre a retomada dos empregos e a competitividade dos produtos brasileiros.
Segundo a Abicalçados, ao elevar o custo da força de trabalho, a taxação da folha vai aumentar entre 5% e 11% o preço dos calçados ao consumidor, o que deve esfriar a reação de consumo esboçada no início do ano.
Ao comentar o fim do benefício, a entidade disse que as expectativas de recuperação gradual tanto da economia quanto da demanda por calçados foram "limadas" depois do anúncio de ontem. Heitor Klein, presidente da Abicalçados, destacou em nota distribuída à imprensa que a desoneração da folha de salários vinha permitindo aliviar custos de produção, bem como o impacto da valorização do real sobre a competitividade do produto nacional em mercados internacionais.
Conforme a entidade, que representa uma indústria que emprega aproximadamente 300 mil pessoas, o fim da desoneração terá, caso entre em vigor, "consequências importantes na queda dos níveis de emprego do setor calçadista".
A Abimaq, que representa os fabricantes de máquinas e equipamentos, também reagiu contra o fim do estímulo. Num breve encontro com Meirelles na Câmara dos Deputados, o presidente executivo da Abimaq, José Velloso, pediu a manutenção da desoneração da folha de pagamento para o setor.
A reação diverge do posicionamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que, em nota assinada por seu presidente, Paulo Skaf, classificou como sensata a decisão do governo de não aumentar nem criar impostos. "Foi uma medida sensata e responsável, que evita um mal maior", comentou Skaf.
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