Inferno astral da Cemig arrefece e ações sobem 16,7% no ano

O inferno astral da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) na Bolsa de Valores parece ter dado um refresco. Depois perdas consecutivas de valor desde setembro de 2012, os papéis voltaram a subir. De janeiro até a última segunda-feira (5), os ações da elétrica apresentavam valorização de 16,7%, saltando de R$ 13,93 no início do ano para R$ 16,26, na última segunda-feira (5). As pesquisas eleitorais e a gestão estratégica da companhia são apontadas por especialistas como responsáveis pela reversão das expectativas e recuperação dos papéis.

De acordo com o analista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, as ações da Cemig foram abaladas pelas medidas impostas pelo governo federal, com a Medida Provisória (MP) 579, convertida na lei 12.783 – que exigia a redução na tarifa de energia para a renovação antecipada das concessões das usinas.

Como consequência, os papéis despencaram. Agora, com as pesquisas indicando queda na intenção de voto em Dilma Rousseff, acontece o inverso.
As ações da Cemig chegaram a bater a marca de R$ 40,07 em agosto de 2012, pouco antes da MP, implantada em setembro. “Todos os setores em que o governo interveio são beneficiados quando as pesquisas eleitorais indicarem queda de Dilma”, afirma Galdi.

Além da Cemig, a Eletrobras registrou alta de 40% de janeiro até a última segunda-feira (5), a Cesp, de 33%, e a Copel, de 14%.

Negativa

A forma como a Cemig agiu, inclusive negando a renovação antecipada de 18 usinas que venceriam entre 2015 e 2017, contou para que o mercado aprovasse a gestão da estatal, conforme afirma o presidente do Instituto Mineiro de Mercado de Capital (IMMC), Paulo Ângelo Carvalho de Souza.

“A Cemig se mostrou uma empresa com boa gestão, contornando os problemas e valorizando o pagamento de dividendos”, comenta o presidente do IMMC.
Ele lembra que, como a Cemig não aceitou a proposta do governo de renovação antecipada (não contribuindo para a redução na conta de luz), os valores a serem pagos pelo megawatt-hora das usinas cujas concessões irão vencer no curto prazo continuam elevados até o encerramento do prazo, em 2017.
“Até lá, a companhia tem ganhos melhores. O mercado gostou disso”, diz.