Inflação acelera e vai a 5,76% em um ano; alimentação é a vilã

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
04/05/2013 às 07:23.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:23

A inflação de Belo Horizonte medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Fundação Ipead subiu 0,49% em abril, mantendo a tendência de alta. Com isso, o acumulado dos últimos 12 meses subiu para 5,76%, distanciando-se mais do centro da meta de inflação de 4,5% estipulada pelo governo federal. “Dificilmente encerraremos o ano com a inflação convergindo para o centro da meta”, analisa o coordenador de pesquisas da Fundação Ipead, professor Wanderley Ramalho.   A alimentação foi, novamente, a vilã. No acumulado dos últimos 12 meses, o grupo subiu 13,86%. Os alimentos in natura foram além, escalando 43,35%. Na mesma linha, comer em casa ficou 16,06% mais caro. O subgrupo alimentação fora de casa também foi às alturas, aumentando 11,20%.   Conforme Ramalho, o atraso nas chuvas foi o principal responsável pela alta nos preços dos alimentos.    Entre os itens não alimentares, o subgrupo encargos e manutenção da habitação registrou a maior alta no acumulado dos 12 meses, chegando a 9,28%. Saúde e cuidados pessoais aparece em segundo entre os que mais subiram, com alta de 6,21%.   Controle   Embora o dragão da inflação pareça estar solto, Ramalho afirma que a alta de preços não é desenfreada. “O governo está experimentando cenários com a Selic. A alta de 7,25% para 7,5% não foi unânime, o que comprova a existência desses testes”, diz.   Ainda de acordo com ele, o consumidor é um forte aliado para segurar a alta de preços. E a receita é simples. Segundo o professor, a população deve boicotar produtos que registram alta no preço devido à especulação. O coordenador comenta que alguns comerciantes veem a alta nos concorrentes e, mesmo sem motivo, aumentam o preço também. “Esse é o aumento difícil de controlar. Aquele que não tem motivo para existir, mas corrói o bolso do cliente em busca de lucro maior”, diz.   Contribuições   Entre os itens que contribuíram para puxar a inflação para cima estão despesas com energia elétrica (3,65%), refeição (1,52%), cabeleireiro (3,41%), telefonia fixa e internet (3,42%) e táxi (4,9%).   Na contramão, os que puxaram para baixo chamam a atenção pela irrelevância na composição do IPCA: ingressos para jogos (-10,56%), gasolina comum (-0,62%), perfume (-4,36%), excursões (-1,73%), laranja (-15,71%). Em média, cada um dos itens segurou a inflação em -0,02 ponto percentual.   “Como a maioria dos produtos sofreu alta, os poucos que tiveram alguma queda se destacaram”, explica Ramalho.

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