Inflação de serviços desacelera, mas ainda pesa no IPCA

Daniela Amorim
05/09/2012 às 12:36.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:02

A inflação de serviços desacelerou na passagem de julho para agosto, de 0,79% para 0,49%, mas ainda é o principal vilão no resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2012, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os serviços registram alta de 5,72% no ano, contra uma taxa de 3,18% do IPCA. Em 12 meses, a inflação de serviços sobe 8,78%, ante um aumento de 5,24% do IPCA.
"Apesar de os alimentos estarem impactando o custo de vida nesse ano, os serviços superaram. Os serviços têm um impacto muito forte, em particular os empregados domésticos, que já aumentaram muito."

De acordo com Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, o aluguel residencial também "aumentou muito", assim como condomínio, cabeleireiro. "Vários serviços vêm impactando a inflação", afirmou.

Entre os cinco principais impactos no IPCA do ano, quatro itens são serviços. Empregado doméstico lidera no ranking de maiores contribuições para a inflação, com uma alta acumulada de 9,90%. A refeição fora de casa já subiu 5,31% em 2012, enquanto o aluguel residencial aumentou 6,85%, e os cursos regulares subiram 8,35%. O tomate figura em quinto lugar na lista de maiores impactos, com aumento no ano de 76,46%. "Isso é resultado mesmo da renda. O Brasil vem apresentando menores níveis de desemprego, várias classes ascenderam (economicamente), e há uma busca por serviços que não eram de acesso a todos há algum tempo", enumerou Eulina.

Em agosto, contribuíram para a desaceleração da taxa de serviços as passagens aéreas e o aluguel residencial. "O aluguel por si só já explica isso, porque pesa muito. Apenas o aluguel pesa 3,83% do IPCA", contou a coordenadora do IBGE. O aluguel residencial saiu de uma alta de 1,16% em julho para 0,43% em agosto. As passagens aéreas saíram de uma alta de 0,86% para um recuo de 4,55% no mesmo período.
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