Infraero desiste de construir Terminal 3 no aeroporto internacional de Confins

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
14/03/2013 às 10:05.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:52
 (Lucas Prates - 05/12/2012)

(Lucas Prates - 05/12/2012)

Com demanda projetada de 13 milhões de passageiros em 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil, o aeroporto internacional de Belo Horizonte, em Confins, corre o risco de não estar apto a receber o grande número de turistas que virá assistir aos jogos. A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) desistiu de construir o Terminal 3, que teria capacidade para 4,9 milhões de passageiros por ano.

Conhecida como puxadinho, a obra ficaria pronta em novembro deste ano e está fora da preparação ao Mundial. Após o fracasso de duas licitações e o anúncio de concessão de Confins à iniciativa privada, a estatal optou por um Módulo Operacional Provisório (MOP), menor e temporário.

A decisão aparece no acórdão 305/2013 do Tribunal de Contas da União (TCU). Em um trecho do documento, assinado pelo ministro relator Valmir Campelo, consta a justificativa da Infraero encaminhada ao órgão fiscalizador: “Considerando-se o anúncio da concessão do Aeroporto de Confins, com previsão de conclusão do processo em setembro de 2013, a Direx (Diretoria Executiva da Infraero) decidiu replanejar o atendimento da demanda do aeroporto até que o concessionário assuma sua direção através de MOP’s, instalações de menor porte, e o TPS 3 não será mais executado”.

O ministro ressaltou que a Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo de 2014, todavia, ainda traz a previsão de investimentos, no valor de R$ 100 milhões, para a construção do Terminal 3. E determinou ao Ministério dos Esportes providências para atualização do documento. O acórdão também especifica que o TCU continuará acompanhando as obras no aeroporto de Confins.

No limite

Atualmente em obras, o Terminal 1 tinha, até o início de 2011, capacidade para 5 milhões de passageiros anuais. Em meados daquele ano, a Infraero, sem realizar investimentos, afirmou que a capacidade saltou para 10,2 milhões anuais, em função de uma alteração no critério de cálculo, que leva em consideração um melhor aproveitamento da estrutura do terminal.

A previsão da estatal é a de que, até dezembro de 2013, a capacidade seja de 11,6 milhões de passageiros/ano, ainda assim aquém da demanda projetada de 13 milhões de passageiros. Daí a necessidade de outro terminal.

Para o professor do curso de Ciências Aeronáuticas da Fumec, Rogério Parra, a desistência do Terminal 3, além de comprometer a estrutura do aeroporto, já no limite, também pode afastar potenciais interessados do leilão de concessão de Confins. “As empresas podem pensar: por que investir tanto para só ter lucro daqui há mais de uma década?”

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