Instituto do Petróleo espera leilão de novos campos

Fernanda Nunes e Vinicius Neder
10/12/2012 às 12:15.
Atualizado em 21/11/2021 às 19:17

Depois de atingir um momento crítico neste ano, com investimentos travados por causa da discussão em torno do marco regulatório, o setor de petróleo e gás começa 2013 mais "esperançoso", avaliou nesta segunda-feira o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), João Carlos de Luca. A aposta é de que, chegando ao fim o debate sobre a divisão dos recursos advindos de royalties e participação especial (PE), os leilões de novos campos previstos para maio (pós-sal) e novembro (pré-sal) serão de fato realizados.

"Está na hora de tomar medidas para que o Brasil volte a retomar esse brilho (perante investidores). As empresas estão ávidas por investir aqui, mas ainda se recuperando um pouco dos sustos", disse De Lucca, em seminário promovido pela FGV no Rio.

Um dos "sustos" foi a excessiva demora na discussão legislativa em torno do novo marco regulatório do setor, com a questão dos royalties e PE ofuscando o debate técnico. "Simplesmente, atrasamos cinco anos o desenvolvimento da indústria de petróleo do País", disse De Luca, destacando que não é possível retomar o tempo perdido. Em 2012, as empresas chegaram no "limite", impossibilitadas de renovar seu portfólio de investimentos pela falta de leilões.

A pesada reação do governo e da Justiça ao acidente da Chevron no fim do ano passado e as ingerências políticas sobre a Petrobrás, sobretudo por causa da política de preços de combustíveis, são outros "sustos".

No entanto, apesar dos problemas, a esperança de De Lucca está na solução apresentada pelo governo ao debate sobre royalties e PE. O executivo destacou que instrumentos de compensação de receitas da União para Estados e municípios podem evitar novas mudanças. "Esperamos que isso venha a acontecer e que consigamos resolver isso", disse De Lucca.
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