Depois da retirada do selo de grau de investimento do Brasil pela Standard & Poors, a expectativa para a inflação de 2016 tem piorado seguidamente. Pela sétima semana
consecutiva, a mediana das projeções para o IPCA do ano que vem, justamente onde está o foco de atuação do Banco Central neste momento, apresentou elevação no Relatório de Mercado Focus, subindo de 5,64% para 5,70% - há um mês, estava em 5,50%.
No Top 5 de médio prazo, grupo dos economistas que mais acertam as estimativas, a expectativa é ainda pior: a previsão está em 5,98% desde a semana passada. Quatro semanas antes estava em 5,37%. O BC promete levar a inflação para a meta de 4,5% no fim do ano que vem, mas recentemente, a autarquia vem chamando a atenção para "novos riscos" que surgiram para o comportamento dos preços. Pelos cálculos da instituição revelados no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, o IPCA ficará em 4,8% em 2016 no cenário de referência e em 5,1% no de mercado. Uma nova edição desse documento será divulgada no fim deste mês.
No caso da inflação de 2015, a mediana passou de 9,28% para 9,34%. Há quatro semanas, estava em 9,29%. No RTI de junho, o BC havia apresentado estimativa de 9% no cenário de referência e de 9,1% usando os parâmetros de mercado. No Top 5 de médio prazo, o BC sentiu algum alento: a mediana para o IPCA de 2015 ficou estável em 9,37%, abaixo da projeção de um mês atrás, quando estava em 9,41%.
Para a inflação de curto prazo, a projeção para setembro passou de 0,41% para 0,43% - estava em 0,38% quatro semanas atrás. Já a de outubro, subiu de 0,47% para 0,49% de uma semana para outra ante taxa de 0,46% verificada há um mês. As expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente também pioraram na pesquisa Focus de hoje, passando de 5,72% para 5,82%