Os preços mais baixos em veículos novos e usados, reflexo da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), ainda mantiveram o grupo Transportes com sinal negativo no Índice de Preços ao Consumidor (IPC). De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), os preços deste conjunto de despesas caíram 0,32% na segunda quadrissemana de agosto, a mesma taxa registrada na leitura anterior. O resultado ficou acima do esperado pelo coordenado do IPC, Rafael Costa Lima, de -0,28%. Os itens automóvel usado (-1,20%) e automóvel novo (-1,31%) lideraram o ranking de pressões das maiores baixas, de acordo com a Fipe.
"Os preços ainda em baixa do etanol também permitiram a queda do grupo Transportes", disse Costa Lima, acrescentando que o pico do impacto da diminuição do IPI sobre veículos pode ter chegado ao fim. Ele afirmou que, de janeiro a julho deste ano, a queda acumulada de automóveis novos é de 7,27%, e o recuo de usados, de 5,43%. "O grupo ainda deve terminar o mês em baixa (-0,17%), mas com quedas cada vez menos acentuadas de automóveis", afirmou.
Vestuário
Outro grupo que continuou no campo negativo foi Vestuário (de -0,33% para 0,02%), diante dos reflexos cada vez menos intensos das promoções de outono/inverno, disse Costa Lima, ao avaliar o IPC de 0,21% da segunda quadrissemana de agosto, de 0,16% anteriormente.
O economista também comentou que a desaceleração do grupo Saúde (de 0,54% para 0,41%) indica que os impactos dos repasses feitos em Contrato de Assistência Médica (de 1,00% para 0,78%) estão se exaurindo.
Já o grupo Habitação manteve nesta medição a mesma taxa registrada na primeira leitura de agosto (0,16%), puxado por Manutenção do Domicílio (0,32%). Já Serviços de Comunicação saiu de um recuo de 0,18% para estabilidade, influenciado pelo fim do repasse de baixa do combo (TV + Internet + Telefone), que passou de -3,96% para 0,00%, segundo a Fipe.
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