O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quarta-feira que, com a taxa de juro mais baixa no Brasil, o País deixou de atrair mero capital externo especulativo ou para operações de arbitragem. Por isso, segundo ele, foi possível realizar mudanças na cobrança de IOF sobre capitais externos. Nesta quarta-feira o governo reduziu de 720 dias para até 360 dias o prazo para as operações de empréstimos externos que são taxadas com alíquota de 6% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
De acordo com o ministro, não houve preocupação específica com a inflação para a adoção da medida. O objetivo seria ampliar investimentos no País nesse momento em que há uma diminuição do apetite por arbitragem. "Agora, só vai trazer recursos para a atividade produtiva. A inflação é sempre uma preocupação do governo, mas a medida não tem nada a ver com a inflação", disse ao chegar ao Ministério da Fazenda.
Para Mantega, à medida que o País tem taxa de juros mais parecida com a taxa de juros externa, diminui o apetite para especulação e arbitragem. Com isso, diz ele, o recurso que entra no País é para a atividade produtiva. "Então, pode liberar mais (o IOF) porque o mercado se equilibra melhor."
Quanto ao dólar, o ministro da Fazenda ressaltou que o câmbio no Brasil opera sob o regime de flutuação e que, portanto, não tem limite. Entretanto, com a taxa de juros mais equilibrada, há menor volatilidade no câmbio. "O câmbio fica em uma situação mais real, com menos necessidade de intervenção do governo."
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