Leilão do novo terminal do aeroporto de Confins fracassa

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
07/05/2013 às 12:55.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:28

A possibilidade de a expansão do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, não ficar pronta a tempo da Copa do Mundo de 2014 é cada vez mais real. A preocupação ganhou força na última segunda-feiras (6), quando nenhuma empresa interessada compareceu à licitação para a construção do Terminal 3.

É a terceira vez que a concorrência da obra, essencial para receber os turistas durante a competição, fracassa. A projeção é a de que Confins receba 13 milhões de passageiros no ano em que a bola rolar. O aeroporto já está saturado. Tem capacidade para 10,2 milhões de passageiros por ano e recebeu 10,3 milhões em 2012.

Depois de duas licitações fracassadas, em função da diferença entre o que a Empresa de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) queria pagar (R$ 47 milhões) e o que as empresas queriam receber (R$ 59 milhões, no mínimo), a Infraero mudou os planos do Terminal 3.
A estatal trocou o projeto de um prédio novo e definitivo por um “puxadinho”, denominado Módulo Operacional Provisório (MOP).

Temporário e menor, a capacidade encolheu de 4,9 milhões de passageiros por ano para 3,9 milhões. E será utilizada a estrutura do Terminal de Aviação Geral, destinado a aviões particulares.

Sem ânimo

As mudanças não animaram as construtoras. “Para este certame, sete empresas efetivaram seus respectivos cadastros no portal de licitações da Infraero, sendo que nenhuma empresa compareceu à sessão. Sendo assim, a Comissão de Licitação declarou a licitação deserta”, diz a ata da reunião.

Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG), Alberto Salum, o motivo do desinteresse são os preços baixos. “Quem participou das outras licitações viu que os valores que a Infraero quer pagar estão muito baixos. Ir lá para quê? Só por causa do cronograma atrasado do governo, as empresas não têm que aceitar qualquer preço. O risco não pode cair no nosso colo porque houve erro de lá”, diz.

O prazo de 194 dias para execução da obra também é considerado apertado. “Nesse tempo não dá para construir um prédio, tampouco um terminal de aeroporto”, afirma o piloto e professor do curso de Ciências Aeronáuticas da Fumec, Rogério Botelho Parra. Com o relógio correndo contra o tempo, há ainda o receio de que o Terminal 3, caso saia do papel, custe muito mais aos cofres públicos.

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