Liquidações ocupam lugar das coleções de inverno

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
02/03/2016 às 07:27.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:38
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

A crise prolongou a permanência das placas de liquidações nas vitrines das lojas em Belo Horizonte. Em pleno mês de março, quando os lançamentos das coleções de inverno já deveriam estar expostos, o que se vê é uma extensão da temporada de descontos para sandálias, rasteirinhas, saias e blusas leves e vestidos floridos. A ideia é promover o bota-fora e encolher ao máximo o estoque antes de apostar nas peças da nova estação.

“As vendas caíram muito em 2015. E a única forma de o lojista aquecer o negócio é postergar as liquidações. Tanto que muitas lojas só vão lançar a coleção outono/inverno nas próximas semanas”, afirma o diretor do Conselho Savassi da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Alessandro Runcini.

Basta uma volta rápida pelas ruas da Savassi para que o consumidor se depare com inúmeros anúncios de “promoção”, “últimos dias de liquidação” e “sale”. “Os comerciantes estão em compasso de espera em relação à economia e compraram um volume menor de mercadorias de inverno neste ano. Tentaram negociar melhores preços e encurtaram as margens de lucro. Mas antes de enfeitar as vitrines com a coleção nova querem desovar o que sobrou do Natal”, diz Runcini.

Queima

Na Raffa’s, que vende calçados e bolsas, as botas e sapatilhas fechadas só chegarão às vitrines no início da semana que vem. “Postergamos a liquidação de verão para queimar todo o estoque remanescente. Por isso, colocamos o preço lá embaixo, com descontos de até 70%”, diz o gerente César de Almeida.

Já o chamariz para vender as peças da estação mais fria do ano será o parcelamento em até seis vezes no cartão de crédito. “Como o couro encareceu muito, não vai dá pra mexer muito no valor. Então a ideia será facilitar o pagamento”, afirma.

Especializada em moda feminina, a Brasil em Gotas estará com as peças da antiga estação em liquidação até o próximo sábado. Segundo a gerente Liliane Medeiros, as roupas estão com descontos entre 50% e 70%.

“É pra desovar o estoque”, diz ela, que aposta no atendimento personalizado, com envio de novidades e promoções para as clientes via WhatsApp. Uma túnica de seda pura que custava R$ 429 sai por R$ 192. Já calças modelo alfaiataria são vendidas entre R$ 59 e R$ 79. “O preço normal era R$ 269”, diz Liliane.

Para o superintendente da Associação dos Lojistas de Shopping Centers de Minas Gerais (Alshop), Alexandre Dolabella França, a palavra de ordem neste ano será liquidação. “Para sobreviver, o comerciante terá procurar o fornecedor, negociar, inovar e estar constantemente em promoção, com preços atrativos e atendimento de qualidade”, afirma.

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