Há uma incongruência entre a localização das reservas de gás não convencional (de xisto) no Brasil e a malha de escoamento já existente, afirma o gerente do departamento de Petróleo e Gás do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luiz Daniel Wilcox de Souza. "Nossa malha está toda na costa. Se comparar com a base das possíveis bacias (localizadas no interior do País), há uma incongruência", apontou.
Outra dificuldade para viabilizar a exploração do gás não convencional no País, segundo Souza, é a capacidade de monetizar o processo. "Uma vez confirmadas as reservas, como vamos monetizar a exploração?", questionou, referindo-se à possibilidade de se implantar usinas de energia e indústrias de fertilizantes, entre outras opções. "Não adianta ter projetos espalhados que não viabilizem a construção dos gasodutos", afirmou.
O representante do BNDES acrescentou que, para atender às previsões de demanda, existe a necessidade de um investimento muito grande na capacidade de exploração e armazenamento. Segundo Souza, o banco público está preparado para apoiar esses investimentos, mas ressaltou que é preciso ter uma visão crítica sobre o tamanho dos desafios.
Seus comentários foram feitos na manhã desta quarta-feira durante o Fórum Brasil Competitivo - O Futuro do Gás Natural, realizado pelo Grupo Estado em parceria com a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), em São Paulo.
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