(Luiz Costa)
Considerada a segunda melhor data do ano para o comércio, o Dia das Mães, desta vez, está deixando a desejar para lojistas de Belo Horizonte. Faltando apenas três dias para a entrega dos presentes, no domingo, o movimento na região da Savassi ainda é fraco, muito aquém do esperado pelos empresários.
Vendedores de braços cruzados, à espera de clientes, é o que se vê na maioria das lojas. A alta da inflação e o mal estar causado pela desaceleração da economia são alguns dos motivos apontados pelos consumidores, que ainda não compraram o presente das mães ou optaram por lembrancinhas como alternativa a presentes mais caros.
A esperança dos vendedores é a compra de última hora. Gerente de uma loja de sapatos, Amanda Fernandes acredita que o movimento irá melhorar no fim de semana.
“Este ano está bem devagar, com a situação econômica difícil. Consequentemente, os clientes que vêm comprar gastam menos”, disse.
As bolsas, itens cobiçados pelas mães e muito procuradas nesta época, também foram deixadas de lado este ano. “Devido à queda do movimento, as bolsas estão com 20% e 30% de desconto para atrair os clientes”, afirma o vendedor Maurício Afonso.
Evitando Dívidas
Para o economista do Ibmec Ricardo Couto, o consumidor está desconfiado e com medo de dívidas.
“O trabalhador começa a ver pessoas próximas a ele perdendo empregos e isso influencia a disposição para compra. Ele prefere se prevenir evitando dívidas, pagando à vista para não ter surpresas no futuro”, analisou Couto.
Expectativa ruim
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Lojista (Sindilojas-BH), Nadim Donato, o desemprego é a principal causa para a queda nas vendas. “A expectativa não é boa. O lojista que conseguir igualar suas vendas às de 2014 terá feito um bom Dia das Mães.”
Pesquisa da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL-BH) confirma a expectativa modesta. A previsão da entidade é um crescimento nas vendas de 0,21% em relação ao ano passado, o pior resultado em 10 anos.