O chefe do departamento econômico do Banco Central, Tulio Maciel, disse nesta quarta-feira que a valorização cambial de 2,7% no primeiro mês do ano neutralizou o impacto que o superávit nominal acarretaria na dívida pública. O superávit primário somou R$ 30,251 bilhões; o nominal, R$ 7,602 bilhões e o pagamento de juros foi de R$ 22,649 bilhões.
Por conta dessa valorização do real no início de 2013, a dívida se manteve praticamente estável em relação ao ano passado. Em dezembro de 2012 estava em 35,1% do Produto Interno Bruto (PIB) e, em janeiro, chegou a 35,2% do PIB. "A despeito de um bom resultado de superávit nominal, a dívida praticamente se manteve", considerou.
Maciel salientou também que as despesas com juros cresceram 18% em janeiro sobre janeiro de 2012. "Isso reflete, principalmente, o aumento de dois dias úteis em relação a janeiro do ano passado", comentou. Ele pontuou ainda que, em 12 meses, o resultado primário passou de 2,38% do PIB em dezembro do ano passado para 2,46% em janeiro deste ano. Este resultado, de acordo com o técnico, é o melhor desde agosto de 2012, quando estava em 2,47% do PIB.
Mais investimentos e atividade
Maciel salientou que os Estados e municípios aumentaram suas despesas com investimentos ao longo de 2012. A projeção é de que essa tendência prossiga em 2013, de acordo com ele. "Por um lado, temos esse fator de perspectiva de aumento de investimento por eles, mas, por outro, temos a perspectiva do aumento da atividade econômica e de melhora de receitas para Estados e municípios com esse aumento da atividade", considerou.
Maciel enfatizou que, em janeiro, já foram divulgados alguns indicadores mais "favoráveis" em relação à atividade econômica. Com isso, segundo ele, é possível vislumbrar um cenário fiscal melhor para 2013.
Mesmo assim, o chefe do departamento preferiu não fazer prognósticos para o futuro, alegando que é preciso aguardar a divulgação de mais indicadores. "É preciso aguardar como virão as receitas ao longo do ano." A meta de superávit primário deste ano é de R$ 155,9 bilhões. O técnico lembrou, porém, que os municípios e Estados não têm meta a cumprir, apenas estimativas feitas pelo governo.
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